Batalha de Glen Shiel -1719
03/09/2019 10:00
A Batalha de Glen Siel foi um confronto armado que ocorreu em 10 de junho de 1719, no contexto do período da Revolução Jacobita. De um lado, as tropas do rei George da Inglaterra e do outro, as tropas leais ao filho de James II, James Francis Edward Stuart, o último rei católico. Em apoio às tropas Jacobitas, o rei Filipe V da Espanha enviou tropas galegas em auxílio.
Mas, antes, vamos voltar um pouco na história. Qualquer um com interesse em história já deve ter ouvido falar das revoltas jacobitas de 1689, 1715 e 1745. Quase ninguém sabe que uma frota francesa quase conseguiu desembarcar suas tropas no Firth of Forth em 1708 em apoio à causa jacobita, sendo que essa invasão planejada somente foi abandonada no ano de 1744, quando a frota foi dispersada por uma das piores tempestades do século.
Depois que houve a breve e malfadada revolta de 1719, "The Nineteen", chegou ao seu fim na Batalha de Glen Shiel em junho de 1719. O pano de fundo da revolta foi a decisão da Espanha em apoiar a reivindicação dos jacobitas à Coroa Britânica e, para esse fim, lançou uma grande frota, que poderia parar uma força de 7000 soldados. Porém, o destino da Armada Espanhola, assim como a Frota Francesa, enfrentou uma tempestade em 29 de março e acabou voltando atrás.
O plano era que o ataque principal fosse procedido por um desembarque no noroeste da Escócia, o que se esperava que levantasse os clãs jacobitas e retirasse as forças do governo. Em uma época de comunicação super limitadas, o desembarque diversionário ocorreu, e eles não sabiam que a frota principal tinha voltado para a Espanha e eles estavam sozinhos.
Em 13 de abril de 1719, William Murray, conde de Tullibardine e George Keith, conde Marischal, desembarcaram com uma força de 300 fuzileiros espanhóis em Lochalsh e enviaram mensageiros para chamar os clãs de armas. O fracasso da revolta de 1715 ainda estava fresco na memória e, apenas cerca de mil membros do clã responderam ao chamado.
Os jacobitas assumiram o controle do Castelo de Eilean Donan como seu quartel general e forma guarnecidos por 46 fuzileiros espanhóis. No dia 10 de maio de 1719, três fragatas da Marinha Real navegaram em Loch Alsh e Loch Duich e bombardearam o Castelo Eilean Donan. A guarnição se rendeu e a marinha começou a explodir o que restava do castelo para evitar que fosse novamente usado, juntamente com 343 barris de pólvora espanhola que haviam sido armazenados no castelo.
Os jacobitas restantes, cerca de 200 fuzileiros navais espanhóis e mil membros do clã, decidiram marchar sobre Inverness, mas encontraram uma força das tropas da Coroa indo em direção a Lochalsh de Inverness.
As duas forças se encontraram em Glen Shiel em 10 de junho de 1719. O comandante da Coroa, General Joseph Wightman tinha cerca de 850 soldados de infantaria, 120 dragões vermelhos e 4 baterias de morteiro à sua disposição. Além de estar em desvantagem numérica, o General descobriu que os jacobitas ocupavam o terreno elevado, em um ponto em que Glen Shiel se estreitava acentuadamente. No papel, os jacobitas tiveram uma vantagem significativa.
Os combates tiveram início no começo da noite e as vantagens numéricas e de posição dos jacobitas foram jogadas fora pela falta de liderança. As nove horas da noite, as tropas da Coroa invadiram as posições ocupadas pelos jacobitas e muitos dos fuzileiros espanhóis não tiveram outra escolha senão se render. Os membros sobreviventes dos clãs desapareceram.
No final da batalha, a Coroa sofreu com 21 mortos e 121 feridos, enquanto que, as forças jacobitas sofreram com 100 mortes. Ao todo, 274 fuzileiros navais espanhóis foram feitos prisioneiros e enviados para Espanha em outubro daquele ano.
Hoje, o local da batalha é marcado por painéis com informações colocados em uma parede de pedra no sopé do vale.
O papel dos espanhóis é lembrado no nome dado à montanha: "Sgurr nan Spainteach" ou seja, o Pico dos Espanhóis.
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Por Juliana Hembecker Hubert