Conheça o Museu Egípcio e Rosacruz -Tutankhamon - Curitiba-PR

Conheça o Museu Egípcio e Rosacruz -Tutankhamon - Curitiba-PR

No dia 22/10/2021, a Zheit teve o prazer de conhecer sobre a história e o Museu Egípcio e Rosacruz -Tutankhamon. Durante nossa visita, entrevistamos a Vivian, o qual nos contou um pouco mais sobre o museu e as múmias que estão expostas.

O Museu Egípcio foi fundado em 17 de outubro de 1990 pelo ex-Grande Mestre, Frater Charles Vega Parucker, o Museu Rosacruz por sua vez foi inaugurado na última Convenção Nacional Rosacruz pelo atual Grande Mestre, frater Hélio de Moraes e Marques, em 22 de outubro de 2014 e, o mais recente Museu Rei Menino Ouro Tutankhamon, foi inaugurado em 07 de setembro de 2019. Todas as instituições são sem fins lucrativos, abertos ao público e geralmente conservam, pesquisam e expõem infinitos objetos. Além de difundir conhecimento, preservam a história que ali existe e apresentam uma investigação de cada peça exposta para acrescentar algo mais à educação da sociedade.

1- Para situar os leitores do site, como são compostos o complexo dos prédios do museu, os quais são inspirados nos templos do Egito Antigo.

O Museu é mantido pela Ordem Rosacruz -AMORC, e o complexo tem a arquitetura inspirada no Egito Antigo e as três áreas fazem parte do Museu. Tem o Museu Egípcio e Rosacruz, onde tem a parte egípcia no térreo e a parte do Museu Rosacruz no 2º andar. No Museu Egípcio tem exposição de longa duração, que dura 2 anos.

A exposição que está hoje, acabou ficando um tempo a mais em virtude da pandemia, uma vez que era para ter trocada a exposição ano passado, mas como o Museu ficou fechado, uma nova exposição será trocada em 2022. O título da exposição atual é "AKHET o horizonte dos deuses", onde a intenção foi trabalhar a forma do hieróglifo AKHET, que são duas montanhas e um sol nascendo entre elas, que para os egípcios antigos significava horizonte. O horizonte era o momento de passagem entre o mundo dos vivos e o mundo dos deuses. Esse hieróglifo também era reproduzido na arquitetura, dessa forma, as salas estão divididas de acordo com esses ambientes. A primeira sala da exposição fala sobre as pirâmides, que as pirâmides eram símbolo solares e, em especial nas pirâmides mais famosas de Gizé, que são Quéops, Quéfren e Miquerinos, por conta da posição delas, em um determinado momento, o sol nasce e se poem entre  elas, formando a mesma forma do hieróglifo.

 

A segunda sala é sobre templos, onde reproduziam o momento da criação do mundo e a fachada do templo é formada por duas montanhas e como se o sol estivesse nascendo entre elas. E a última sala é sobre as tumbas, em especial as tumbas reais construida na região do Vale dos Reis, onde o rei faz a sua última viagem na companhia do Deus Solar. E por fim, a sala das múmias.

O Segundo Museu é o Museu Tutankhamon, é a área mais recente, inaugurado em 07 de setembro de 2019  e é dedicado a descoberta da tumba do Faraó Tutankhamon. Grande parte das peças do Museu foram compradas do Egito, elaboradas pelo Supremo Conselho de Antiguidades e os objetos estão associados ao que foi encontrado na tumba do Rei. Não são todas as peças, pois foi encontrada muita coisa, mas há na exposição os objetos mais icônicos como tronos, sarcófagos. É um Museu grande, de dois andares, com objetos grandes.

E, por fim, tem o Museu a céu aberto, que é um jardim com esculturas relacionadas ao Egito Antigo. É composta pela avenida de Esfinges, que representa a avenida que foi construída no Egito Antigo, na antiga cidade de Tebas, atual Luxor e que ligava os dois templos de Karnak e de Luxor. No fundo tem o obelisco do templo de Karnak, construído em nome do Faraó Tutmés III e que fala sobre as conquistas do Faraó na região da Síria-Palestina. 

Também tem um pequeno templo com uma pirâmide no centro e ainda tem a estátua do Imperador Romano Otávio Augusto, onde tem dois motivos para essa estátua estar no local.

O primeiro é que essa estátua ficava na sede da AMORC nos Estados Unidos (Suprema Grande Loja) e a sede de Curitiba conseguiu por concessão trazer para a cidade, e o segundo motivo é que foi Otávio Augusto quem venceu Cleópatra e Marco Antônio em 30 a.C. e, por ter vencido, anexou o Egito ao Império Romano, com protetorado especial de Otávio Augusto.

  

2- O Museus da Rosacruz é aberto para visitação?

Sim e ele conta um pouco da formação da Rosacruz no Brasil e da Língua Portuguesa. 

3- O que diferencia o Museu Egípcio da Rosacruz?

Na história da Ordem, a origem tradicional da AMORC está relacionada a antigas escolas de mistério do Egito Antigo. Então, como uma forma de memória, é que tem-se a arquitetura e os Museus. A diferença da história que é contada no Museu, na parte Rosacruz, é para falar desde quando a filosofia Rosacruz veio para o Brasil, como que se estabeleceu e a história dela mesmo no nosso país e a gente fala também da Língua Portuguesa porque em Curitiba é a sede para os países de Língua Portuguesa. Primeiramente era somente para o Brasil, sendo que depois foi extendido para os demais países de Língua Portuguesa. 

4- Qual é o tamanho do acervo do museu? Todos os itens do museu são réplicas ou tem peças originais?

Se contabilizar o Museu Egípcio com o Tutankhamon, chega perto de 900 peças. Todas as peças são réplicas, sendo que as originais são as duas múmias: a Tothmea, que é a múmia egípcia, com cerca de 2.600/2.700 anos e também temos na coleção a múmia de um bebê que não é egípcio, ele é da região dos Andes, mas também serve para lembrar as pessoas que múmias não é somente os egípcios que preservavam os corpos. No caso da múmia do bebê, o processo de mumificação foi um processo natural, e por isso foi deixado na exposição, para os visitantes terem a oportunidade de verem os dois processos.

4- A múmia que está em exposição desde 1995, a Tothmea, como que foi o processo e a trajetória para que Curitiba fosse escolhida para expo-la?  Qual é a história da múmia?

A Tothmea tem uma história no Egito em que conhecemos muito pouco e tem a história desde que ela foi descoberta, ainda na segunda metade do século XIX. A Tothmea foi descoberta em Luxor e foi dada de presente para um secretário norte americano, sendo a Tothmea juntamente com outra múmia, ainda em um período em que no Egito não havia controle do material arqueológico, que muito material saia do país. Então essas duas múmias foram levadas para os Estados Unidos e a Tothmea acabou sendo encaminhada para a cidade  de Round Lake, perto de Nova York, pois um congressista estava construindo um museu nesta cidade, então a Tothmea foi exposta neste museu. Porém, antes de ser exposta, a Tothmea teve seu corpo desenfaixado, pois era comum ainda no século XIX a ideia de desenfaixar múmias para estudo e exibição pública, e foi assim que a Tothmea acabou perdendo grande parte das faixas de tecido. Com o fechamento deste museu, na segunda década do século XX,  a Tothmea acaba passando por vários locais, até que na década de 80, ela acabou sendo adquirida pelo Museu Egípcio Rosacruz da Califórnia, que possui peças originais e réplicas, sendo um dos maiores museus da costa oeste dos Estados Unidos. Como o museu de Curitiba foi fundado em 1990, e depois de estar aberto ao público por cinco anos, o dirigente solicitou para o Museu da Califórnia a doação de um objeto original. A Tothmea estava guardada e estava com o rosto quebrado, porque durante os transportes, em algum momento deixaram cair um objeto sobre a face da múmia, quebrando os ossos, então era uma peça que não estava exposta e então a Tothmea foi doada para Curitiba. A múmia chegou no Brasil no dia 11 de abril de 1995 e, depois de sua chegada, o arqueólogo de Ponta Grossa, Moacir Santos, que em 1999 começou o "Projeto Tothmea", fazendo todo o resgate da história (leia mais no site AQUI), restaurou a face, fez exame de tomografia para levantamento de dados. A Tothmea faleceu em torno de 25/30 anos de idade e não sabemos a causa da morte.

5- Qual são os cuidados que o museu tem para a preservação da múmia?

O que é controlado principalmente é a umidade, que por ser um corpo seco o que danifica é a umidade, sendo controlado com sílica em gel e pelo Termo-higrômetro que fica dentro da vitrine onde a múmia está exposta. A múmia está deitada sobre quatro gavetões com sílica em gel, as quais são trocadas quando necessárias. Desde que a sede nova foi feita em 2014, foi conseguido lacrar a vitrine onde a Tothmea está exposta, não tendo mais contato com o ar externo, ajudando na preservação, pois cria um micro clima. 

6- O museu do Tutankhamon foi a mais recente inauguração em 2019, como surgiu a ideia para fazer essa nova área do museu?

O Grande Mestre teve a ideia de ampliar o Museu e já estávamos sondando a ideia de fazer sobre Tutankhamon não somente pela descoberta da tumba e também porque o Supremo Conselho de Antiguidades estava com uma quantidade de peças disponível para venda e para formar o acervo bastante interessante. No mesmo período, o arqueólogo egípcio Zahi Hawass veio fazer uma palestra em 20 de dezembro de 2018 no Brasil e acabou dando toda a acessoria para o organização do museu juntamente com o laboratório italiano Rosso. 

7- Qual é a maior atração do museu do Tutankhamon?

As peças do Tutankhamon por serem todas douradas, todas chamam a atenção, como o trono, a biga, também tem as tampas do sarcófago e todas as demais peças estão em exposição.

 

*Um pouco mais sobre a história de Tutankhamon e a descoberta de sua tumba (texto do Museu Egípcio e Rosacruz)

"Tutankhamon governou o Egito no século XIV a.C., de 1333 a 1323 a.C. Teve um reinado curto, porém em um período conturbado da história egípcia, pois o faraó anterior, Akhenaton, havia realizado uma grande mudança administrativa e religiosa, com o estabelecimento da crença em um deus único – Aton, sendo o Sol o melhor símbolo para representá-lo, pois tocava a todos com sua energia vital indistintamente. Coube a Tutankhamon reestabelecer a crença politeísta. Como morreu jovem, aos 19 anos, não houve tempo suficiente para construir uma grande tumba, como a de muitos faraós que governaram durante a XVIII dinastia, porém o conteúdo de sua morada eterna revelou ao mundo aspectos do poder faraônico, a religião e crença funerária egípcia.

Em 04 de novembro de 1922, depois de longos anos escavando no Vale dos Reis, o egiptólogo inglês Howard Carter realizou uma das principais contribuições para a Egiptologia: descobriu a tumba do faraó Tutankhamon, a KV62. Como as tumbas faraônicas haviam sido saqueadas desde a antiguidade, esta em especial, estava quase que intacta e revelou uma grande quantidade de objetos que levou os egiptólogos a refletirem sobre a riqueza que teria sido depositada nas tumbas dos antigos reis egípcios. Passados 97 anos desta descoberta, os objetos ali encontrados continuam fascinando todos que têm oportunidade de contemplá-los e este é um dos objetivos do novo museu, além de provocar reflexões sobre uma das culturas mais interessantes e antigas do planeta".

8- Para as pessoas que tem mais interesse na história do Egito, o museu realiza palestras, cursos?

No período da pandemia foram feitas diversas lives, as quais estão no facebook, sobre diversos assuntos do Egito Antigo. Para 2022, serão retomadas aos poucos as atividades como palestras, atividades para as crianças e a parte cultural em geral. Para cursos, é disponibilizado o AMORC Play e a URCI que trazem temas sobre assuntos egípcios. Para maiores informações, no site da AMORC.

As redes sociais oficiais do Museu são

- site

- Facebook

- Instagram

- Youtube

A Equipe Zheit agradece imensamente a Emanuelle e a Vivian pela disponibilidade e pelo compartilhamento do conhecimento. 

Para quem é de Curitiba e ainda não conhece o Museu, vale muito a pena a visita e para quem é turista, coloque no roterio, pois com certeza é um lugar que não pode deixar de visitar.

O Museu fica na Rua Nicarágua, 2620 – Bacacheri,  Curitiba- Paraná-Brasil

O horário de funcionamento é de terça à sexta-feira das 10h:00 às 17h30 e aos sábados e domingos das 10h:00 às 17h00.

Os valores dos ingressos são os seguintes:

Museu Egípcio e Complexo Luxor (museu a céu aberto)
R$ 10,00 inteira;
R$ 5,00 meia (estudantes rosacruzes, crianças até 12 anos, idosos, estudantes, professores mediante documento comprobatório, doadores de sangue e pessoas com necessidades especiais);

Museu O Rei Menino de Ouro: Tutankhamon.
R$ 24,00 inteira;
R$ 12,00 meia (estudantes rosacruzes, crianças até 12 anos, idosos, estudantes, professores mediante documento comprobatório, doadores de sangue e pessoas com necessidades especiais);

Para visitar todos os espaços culturais da AMORC GLP:
R$ 34,00 inteira;
R$ 17,00 meia (estudantes rosacruzes, crianças até 12 anos, idosos, estudantes, professores mediante documento comprobatório, doadores de sangue e pessoas com necessidades especiais);

Importante lembrar que o acesso às instalações dos espaços culturais da Ordem Rosacruz, AMORC será feito até 1 hora antes do horário de fechamento dos mesmos.

*todas as fotos são de autoria da Equipe Zheit e qualquer reprodução é proibida.

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Por Juliana Hembecker Hubert e Murilo Hubert Schenfeld