Guilherme I da Normandia

Guilherme I da Normandia

Também conhecido como Guilherme Espada Longa, é considerado o segundo duque da Normandia, ainda que esse título não tenha sido utilizado antes do século XI.

Nascido em terras escandinavas no ano de 893, seus pais eram o viking Rollo (862-932) com sua esposa cristã, Poppa de Bayeux. De acordo com os registros do monge beneditino e cronista inglês Oderics Vitalis (1075 – 1142) teria sido batizado na fé cristã juntamente com seu pai no ano de 912 por Franco, arcebispo de Rouen.

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Guilherme deixou de ser apenas o filho de um chefe viking e ganhou poder quando sucedeu seu pai no trono do ducado da Normandia em 927. Nesta época Rollo não conseguia manter um reinado organizado, fato que fez com que normandos e bretões escolhessem Guilherme como chefe. Após ser eleito, se dirigiu ao Rei Carlos de França oferecendo paz em troca de território. O acordo foi aceito e além de terras recebeu o título de Jarl. Com a morte de seu pai tornou-se herdeiro do ducado da Normandia.

No início de seu reinado enfrentou uma rebelião dos normandos, liderados por Riouf de Evreux. Tendo sido sitiado em Rouen, conseguiu vencer a batalha, firmando sua autoridade como duque.

Nesta época, Guilherme era casado à moda dinamarquesa com Sprota, uma cativa bretã que ele havia tomado. Para garantir a segurança de sua esposa que estava grávida, enviou-a a Fécamp, onde seu filho Ricardo nasceu em 932.

Em 933 reconheceu Raoul, que lutava para manter sua autoridade no norte da França, como rei da Francia Ocidental. Em contra partida, recebeu o domínio sobre muitas terras bretãs, o que obviamente não foi de agrado dos bretões, que montaram uma resistência contra os normandos. Liderados por Alan II, duque da Bretanha e conde Berenger de Rennes, foram logo abatidos, tendo muitos de seus castelos e fortes destruídos. Alan fugiu para a Inglaterra e Berenger buscou a reconciliação.

Ao contrário de seu pai, era um cristão fervoroso. Em 935 casou-se na religião Cristã com Luitegarda de Vermandois, filha do conde Herbert II, antigo inimigo de seu pai. Como dote recebeu as terras de Longueville, Coudres e Illiers l'Eveque.

Em 936, Luiz IV, de apenas 16 anos, filho de Carlos III antigo rei da Francia Ocidental, foi persuadido por Guilherme a voltar do seu exílio na Inglaterra e assumir o lugar de Raoul, que havia falecido.

O novo rei não conseguiu conter os seus barões bretões que novamente se levantaram contra os normandos, que atacaram o condado Montreuil, de posse de Herluin II, cunhado de Guilherme. Em 939 forças enviadas por Guilherme foram seu cunhado para ajudar na defesa.

Por sua vez, Arnulf I, conde de Flandres, atacou a Normandia, tomando o castelo de Montreuil. Sendo logo derrotado pelas forças em conjunto de Guilherme e Herluin II. Pelas ações brutas contra Arnulf, Guilherme foi excomungado da igreja católica.

Em 941 o rei Luis IV, em Rouen, assinou um tratado de paz entre bretões e normandos, acabando com a expansão normanda em terras bretãs.

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No ano seguinte, em 17 de dezembro de 942, em Picquigny, em uma ilha no Somme, William foi emboscado e morto por seguidores de Arnulf durante uma conferência de paz para resolver suas diferenças.

Com a morte de Guilherme, seu filho Ricardo, de apenas 10 anos, assume o ducado da Normandia.

Um Planctus (poema de luto) foi composto provavelmente logo depois da morte de Guilherme. Jules Lair sugere que ele tenha sido escrito em 943. Este poema, embora sobreviva apenas em versões corrompidas e incompletas, descreve amplamente a vida de Guilherme e é considerado o texto mais antigo escrito sobre os normandos do ponto de vista normando.

Catedral de Rouen

A catedral de Rouen tem seu histórico iniciado no final do século IV. A igreja original eera no estilo romântico, da qual resta apena uma cripta sob a construção atual. 

Hugo III, arcebispo de Amiens, começou a construção de uma nova igreja, em estilo gótico, no ano de 1145.

A maior parte da construção da catedral foi realizada no século XIII, no entanto pequenas obras continuaram pelos séculos seguintes. No século XV foi concluída a cobertura da Torre de São Romão (esquerda) e toda a torre da direita, chamada de Tour de Beurre (Torre da Manteiga). Essas obras causaram danos na estrutura da fachada, que foi reconstruída no início do século XVI.

No século XIX outra etapa de construção foi realizada. A agulha sobre a torre central foi construída entre 1825 e 1876, como substituição da anterior, datada do século XVI, que foi destruída em um incêndio em 1822. Com essa nova agulha, a igreja passou a ser a construção mais alta do mundo entre 1876 e 1880.

Nesta catedral esta localizado o sarcófago do rei Guilherme I, juntamente com o sarcófago de seu pai, Rollo.

 

Durante a Segunda Guerra a igreja foi bombardeada em abril de 1944. Sete bombas atingiram o edifício, que ficou seriamente danificada no corredor sul e teve suas janelas cor de rosa destruídas.

Antes do desembarque das tropas aliadas na Normandia, um segundo bombardeio atingiu a catedral queimando a torre mais antiga, chamada Torre Norte. Os sinos derreteram durante o incêndio, deixando seus restos pelo chão.

 

Planctus

Dois manuscritos do planctus ainda sobrevivem, ambos datados do início do século XI. Não estão em perfeitos estado e provavelmente são cópias de uma outra versão que desapareceu.

A versão apresentada aqui faz parte de um conjunto de 68 folhas de pequeno tamanho 19,5cm x 14cm, intitulado “Do conflito e Virtude” que descreve personagens do século XII.

Em três das páginas, o Planctus foi escrito posteriormente. A parte central da página faz parte do texto principal do livro, o poema em questão foi escrito ao redor em letras menores.

Essa versão é mais completa que a outra, pois contém 17 versos, 5 a mais que a outra versão. Estas páginas acabaram se deteriorando com o tempo e estima-se que a versão original do poema teria sido escrita com 20 versos. O texto abaixo é uma tradução livre para o português, tendo como base a versão em inglês de Robert Helmerichs. 

O Lamento

Soando ao mais longe, palheta chorosa da língua

ecoando, soprando, com um coração triste,

lamenta a perda da grande paz, uma vez nossa,

agora levado embora.

Todos choram por William morto e inocente.

 

Este homem, nascido em uma cidade no exterior

de um pai permanecendo no erro dos pagãos,

mas de uma mãe dedicada à fé nutritiva,

foi lavada pela água sagrada.

Todos choram por William morto e inocente.

 

Com o pai matando como infiel,

guerreira, levantou-se contra ele:

confiando completamente em Deus, ele

subjugou-os para si mesmo com a mão direita forte.

Todos choram por William morto e inocente.

 

Uma vez ele foi ao rei Louis

um senhor para ele, aquele que reinaria,

para que ele superasse seu inimigo

e governar no caminho dos reis.

Todos choram por William morto e inocente.

 

Ele ensinou a unidade da Trindade

por Martin, a trindade da Unidade,

três são um e um é três,

ele fundou um mosteiro ...

Todos choram por William morto e inocente.

 

... que foi nomeado em homenagem a São Pedro.

Depois do qual, devemos admitir, ele teria ido para lá,

onde ele parecia ter se dedicado à vida dos monges à sua maneira.

Todos choram por William morto e inocente.

 

Com tantas coisas boas que precisam ser contadas, hesitamos

anunciar tal crime, uma perda para todos,

ser recitado chorando e chorando,

um cordeiro massacrado por um lobo.

Todos choram por William morto e inocente.

 

Havia um certo homem rico, cheio de truques,

e ele se chamava Arnulfo, o Flamengo,

com quem ele se associou por um juramento,

aquele afortunado ao miserável.

Todos choram por William morto e inocente.

 

Foi marcada uma reunião para um sábado,

sem refém dado, em um determinado rio

aquele brutal correu para o inocente,

o mais suave a ser sacrificado.

Todos choram por William morto e inocente.

 

Para se reunir no dia seguinte,

como amigos

eles indicaram que falavam,

escondendo sua animosidade.

Todos choram por William morto e inocente.

 

Com o pôr do sol no Oeste,

o inocente remando de volta

mensageiros o chamaram de volta.

Todos choram por William morto e inocente.

 

“Um segredo do mestre está escondido de você até agora,

o que será benéfico para nós e para você. "

Considerando-o deste lado, temendo aquele que ele iria encontrar,

ordenando, ele correu de volta ao rio.

Todos choram por William morto e inocente.

 

Eles o conheceram quando ele estava desembarcando do navio amieiro,

escondendo armas em seus capuzes;

um deles acertou sua cabeça com uma espada

Todos choram por William morto e inocente.

 

Vendo isso, dois vingadores

assassinado e saqueado o desarmado;

de tal maneira que eles enviaram seu corpo à terra, seu espírito ao céu,

ele para Cristo.

Todos choram por William morto e inocente.

 

Havia dois nobres do mundo

Ó William, chamado pelo mesmo nome,

Você era um deles, chamado "de Rouen"

e o outro ainda brilha em Poitou.

Vamos orar por eles.

Todos choram por William morto e inocente.

 

Ó William, portador e amante da paz,

consolador e defensor dos pobres,

apoiador de viúvas e órfãos,

agora alegremente se juntou ao céu,

todos choram por William morto e inocente.

 

Salve Ricardo, linhagem de Rouen,

príncipe e pai do condado, Salve;

que Cristo conceda os dias da vida a você,

para que você fique com ele sem fim. Amém.

 

 

Fontes:Biblioteca Nacional da França,Catálogo Histórico Central – Florença, Itália,Travel to Eat,Wikipedia

Por Marcelo Cubis

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