Isabel Bathory - A condessa Drácula

Isabel Bathory - A condessa Drácula

Todos conhecem ou já ouviram falar da história do Conde Drácula, mas você sabia que existiu a condessa Drácula?

Isabel (Elisabete) Báthory foi uma condessa húngara que entrou para a história por causa de uma série de crimes cometidos por ela. A nobre torturou e matou pelo menos 650 serviçais para beber o sangue e se sentir mais jovem.

Na sua infância, Isabel presenciou um fato que marcou sua vida. Um cigano foi convidado para ir ao castelo de sua família a fim de entreter a realeza, mas acabou sendo preso por tentar vender seu filho. O cigano foi condenado e, a fim de ver o castigo que seria dado ao cigano, Isabel se escondeu e o que ela viu foram os soldados colocando o prisioneiro vivo dentro do ventre de um cavalo. O homem ficou lá dentro até morrer de inanição.

Isabel nasceu em 1560, e era filha de uma das famílias mais poderosas da Transilvânia. Isabel cresceu em uma época em que os turcos haviam conquistado a maior parte do território húngaro, que servia de campo de batalha entre os exércitos do Império Otomano e a Áustria dos Habsburgo. A área era também dividida por diferenças religiosas. A família Báthory se juntou à nova onda de protestantismo que fazia oposição ao catolicismo romano tradicional. Foi criada na propriedade de sua família em Ecsed, na Transilvânia. Quando criança, ela sofreu doenças repentinas, acompanhadas de intenso rancor e comportamento incontrolável.

Vaidosa e bela, Isabel ficou noiva do conde Ferenc Nádasdy aos onze anos de idade, passando a viver no castelo dos Nádasdy, em Sárvár. Em 1574, aos quatorze anos, ela engravidou de um camponês. Quando sua condição se tornou visível, escondeu-se até a chegada do bebê: a criança seria uma menina chamada Anastasia, dada então a um casal de camponeses, ao que se supõe pagos pela família Báthory para que fugissem do reino com a bastarda. O casamento com Ferenc ocorreu em maio de 1575. O conde Nadasdy era militar e, frequentemente, ficava fora de casa por longos períodos. Nesse meio tempo, Isabel assumia os deveres de cuidar dos assuntos do castelo da família Nadasdy. Foi a partir daí que suas tendências sádicas começaram a revelar-se - com o disciplinamento de um grande contingente de empregados, principalmente mulheres jovens.

Quando seu marido viajava, Isabel fazia o que queria com os serviçais, deste espancar, atear fogo, colocar mel e amarrar suas vítimas perto de colmeias. No inverno, executava suas vítimas fazendo-as se despir e andar pela neve, despejando água gelada nelas até morrerem congeladas.

O conde Nádasdy morreu em 1604, e Erzsébet mudou-se para Viena após o seu enterro. Passou também algum tempo em sua propriedade de Beckov e no solar de Čachtice, ambos localizados onde é hoje a Eslováquia. Esses foram os cenários de seus atos mais famosos e depravados.

Nos anos que se seguiram à morte do marido, a companheira de Isabel no crime foi uma mulher de nome Anna Darvulia, de quem pouco se sabe a respeito: muitos afirmam que Darvulia teria sido uma sábia e temida ocultistaalquimista e talvez praticante de rituais de magia negra.

 

Isabel, ao longo de sua carreira sanguinária, contou também com a ajuda de quatro fieis cúmplices: Janos (também apelidado de "Ficzko"), um jovem demente mental que ajudava no ocultamento dos cadáveres e no funcionamento dos instrumentos de tortura, Helena Jo, ama dos filhos de Isabel e enfermeira do castelo, Dorothea Szentos (ou "Dorka"), uma velha governanta e Katarina Beneczky, uma jovem lavadeira acolhida pela condessa.

A fama de vampira, ou condessa Drácula, surgiu pois Isabel começou a prender virgens e cortar suas veias para verter o sangue em uma banheira, na qual ela se banhava na esperança de se manter jovem. 

No início do verão de 1610, tiveram início as primeiras investigações sobre os crimes de Isabel Báthory. Todavia, o verdadeiro objetivo das investigações não era conseguir uma condenação, mas sim confiscar-lhe os bens e suspender o pagamento da dívida contraída ao seu marido pelo rei Matias II.

Isabel foi presa no dia 26 de dezembro de 1610. O julgamento teve início alguns dias depois, conduzido pelo Conde Thurzo, um primo de Isabel a quem muito convinha a condenação da condessa. Uma semana após a primeira sessão, foi realizada uma segunda, em 7 de janeiro de 1611. Nesta, foi apresentada como prova uma agenda encontrada nos aposentos de Isabel, a qual continha os nomes de 650 vítimas, todos registrados com a sua própria letra.

Isabel não esteve presente em nenhuma das sessões do julgamento. Seus cúmplices foram condenados à morte, sendo a forma de execução determinada por seus papéis nas torturas: Ficzko foi decapitado e queimado; Dorka, Helena e Erzsi viram seus próprios dedos serem cortados e foram atiradas para a fogueira ainda vivas. Apenas Katarina foi ilibada e sua vida poupada, provavelmente devido a esta se ter envolvido amorosamente com um dos juízes. Isabel foi condenada à prisão perpétua, em solitária. Foi encarcerada em um aposento do castelo de Čachtice, sem portas ou janelas. A única comunicação com o exterior era uma pequena abertura para a passagem de ar e de alimentos. A condessa permaneceu aí os seus três últimos anos de vida, tendo sido encontrada morta em 21 de agosto de 1614, não se sabendo ao certo a data da sua morte, já que foram encontrados no aposento vários pratos de comida intactos. Foi sepultada nas terras dos Báthory, em Ecsed.

Catelo de Csejte, local da prisão e morte da Condessa

 

No julgamento de Isabel, não foram apresentadas provas sobre as torturas e mortes, baseando-se toda a acusação no relato de testemunhas. Foi encontrado um diário no quarto da condessa, no qual estavam registrados os nomes de cada vítima de Báthory com sua própria letra. É de destacar, também, que as confissões dos cúmplices de Báthory acerca dos crimes desta foram obtidas sob tortura. Após sua morte, os registros de seus julgamentos foram lacrados porque a revelação de suas atividades constituiriam um escândalo para a comunidade húngara reinante. O rei húngaro Matias II proibiu que se mencionasse seu nome nos círculos sociais.

 

Cem anos mais tarde, um padre jesuítaLászló Turoczy, localizou alguns documentos originais do julgamento e recolheu histórias que circulavam entre os habitantes de Čachtice. Turoczy incluiu um relato de sua vida no livro que escreveu sobre a história da Hungria. Seu livro sugeria a possibilidade de Isabel ter-se banhado em sangue. Publicado no ano de 1720, o livro surgiu durante uma onda de interesse pelo vampirismo na Europa oriental. Assim começou a espalhar-se o mito de que Isabel eventualmente bebia e se banhava no sangue das meninas que matava.

Escritores posteriores retomariam a história, acrescentando alguns detalhes. Duas histórias ilustram as lendas que se formaram em torno de Isabel Báthory, apesar da ausência de registros jurídicos sobre sua vida e das tentativas de remover qualquer menção a ela na história da Hungria,

Diz-se que certo dia a condessa, já sem o frescor da juventude, estava a ser penteada por uma jovem criada, quando esta puxou os seus cabelos acidentalmente. Instintivamente, Isabel virou-se para ela e espancou-a com tamanha brutalidade, que algum sangue espirrou e algumas gotas caíram na sua mão. Ao remover o sangue, pareceu-lhe que este havia rejuvenescido a sua pele. Foi após esse incidente que passou a banhar-se em sangue de virgens, pois estas não estavam corrompidas pelo pecado original, sendo assim seu sangue puro e eventualmente milagroso. 

Reza a lenda que, em um calabouço, existia uma gaiola pendurada no teto construída com lâminas, ao invés de barras. A condessa se sentava em uma cadeira embaixo desta gaiola. Então, era colocada uma donzela nesta gaiola e Ficzko espetava e atiçava a prisioneira com uma lança comprida. Esta se debatia, o que fazia com que se cortasse nas lâminas da gaiola, e o sangue resultante dos cortes banhava Isabel.

Devido aos supostos crimes horrendos que teria cometido, Báthory tornou-se numa das personagens históricas mais inspiradoras da arte, nomeadamente a gótica: incontáveis referências lhe têm sido feitas nas áreas do cinemaliteraturamúsica.

Na televisão, Isabel serviu de inspiração para o seriado American Horror Story - Hotel. A Condessa foi interpretada por Lady Gaga. O mesmo seriado recriou a cena do suposto banho de sangue de Báthory na 4ª temporada (Freak Show), na qual o vilão Dandy, interpretado por Finn Wittrock, entra em uma banheira com o sangue de sua própria mãe.

No cinema, a vida de Isabel foi interpretado em vários filmes como: Fright Night 2 - 2013, The Countess , Dracula's CurseOs Irmãos Grimm, Bahtory - 2000,La Mort Mystérieuse de Nina Chéreau - 1988,  Night of the Werewolf - 1981,Necropolis - 1970 , Countess Dracula - 1970, entre outros.

Na música, há varias bandas que fizeram músicas para a condessa. Inclusive, uma gravadora nomeada "Erzsébet Records" em homenagem à condessa.

"Báthory Erzsébet" - um musical de 2012 composto pelos húngaros György Szomor e Péter Pejtsik;

"Beauty Through Order" é uma canção da banda  Slayer.
 
 
A banda russa de black metal Messiya produziu em 2009 um EP intitulado "Erzebet".
 
 

"La Condesa Inmortal" (2007) é outro álbum conceitual dedicado a Bathory, da banda mexicana de heavy metal Erzsébeth.

 

"Elizabeth" é uma canção da banda tcheca Stoleti, do álbum "Ztraceni v Karpatech" de 1998;
 
 
A banda brasileira "Malefactor" incluiu no seu último álbum "Anvil Of Crom" a faixa de nome "Elizabathory", também em referência à Elizabeth Bathory.
 
 

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Por Juliana Hembecker Hubert