O uso do Napalm nas Guerras

O uso do Napalm nas Guerras

09/06/2020 10:00

Como sabemos, a I Guerra Mundial foi revolucionária, introduzindo novos armamentos, técnicas de combates, foi a primeira guerra a introduzir o combate mecanizado, e também foi a que introduziu os lança-chamas (leia a história do Flammenwerfer AQUI).

O lança chamas continuou a ser desenvolvido, sendo que o  US Chemical Warfare Service acabou adicionando borracha, onde antes era somente gasolina inflamada, a fim de produzir um tipo de gosma que queimaria mais e seria mais difícil de apagar, causando graves ferimentos na pessoa que entrasse em contato com essa gosma.

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Porém, quando os EUA entraram na Guerra do Pacífico, a borracha em sua forma natural estava em falta, e foi assim que o exército criou o Napalm.

Napalm é uma mistura incendiária de um gel (espessante) e um combustível, geralmente diesel ou gasolina. 

Uma equipe liderada pelo químico Louis Fieser desenvolveu originalmente napalm para o Serviço de Guerra Química dos Estados Unidos em 1942 em um laboratório secreto da Universidade de Harvard. O primeiro interesse imediato foi sua viabilidade como dispositivo incendiário a ser usado em campanhas de bombardeio durante a Segunda Guerra Mundial.

O Napalm queima em temperaturas que variam de 800 ° C  a 1200 ° C, e além disso, queima por mais tempo que a gasolina, o que o torna extremamente eficaz.

O Napalm tem sido amplamente usado tanto no papel aéreo quanto no solo, sendo o maior uso até o momento através de bombas lançadas pelo ar na Segunda Guerra Mundial, principalmente nos ataques devastadores incendiários às cidades japonesas em 1945 e, posteriormente, em papéis de apoio aéreo mais próximos. na Coréia e no Vietnã.

Além de ser usado em atividadades aéreas, o Napalm também foi usado, desde a Segunda Guerra, em tanques, navios e infantaria, dando-lhes um alcance muito maior, e foi usado nesse papel como arma comum de combate urbano tanto pelo Eixo quanto pelos Aliados na Segunda Guerra Mundial. 

O primeiro uso estratégico registrado de bombas incendiárias de napalm ocorreu em um ataque da Força Aérea do Exército dos EUA em Berlim em 6 de março de 1944, usando bombas incendiárias americanas AN-M76 com carga de PT-1 (Pyrogel).

O uso posterior de napalm pelas forças americanas ocorreu no teatro de operações do Pacífico,  em 1944 e 1945, onde o Napalm foi usado como arma tática contra bunkers, túneis e outras fortificações japonesas, especialmente em Saipan, Iwo Jima, Filipinas, e Okinawa, onde tropas japonesas profundamente escavadas se recusavam a se render. 

Napalm tornou-se uma arma necessária de todas as forças militares modernas, embora suas consequências estivessem entre as mais desumanas. O napalm causou envenenamento por monóxido de carbono quando usado em ambiente fechado que não foi atingido diretamente pelo fogo. 

Os efeitos do monóxido de carbono eram bem conhecidos após o final da Segunda Guerra Mundial, pois era um dos principais gases usados ​​para envenenar as vítimas de campos de concentração. Ao ar livre, o napalm causou queimaduras graves em todo o corpo, queimaduras muito piores do que as causadas pelo fogo em geral.

No Vietnã, o uso do napalm foi introduzido primeiro pelos franceses e depois por seus sucessores nos EUA, que o usaram extensivamente, muitas vezes causando muitos danos colaterais devido ao fato de que o fogo, uma vez liberado, era quase impossível de conter.

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Tendo sido declarado como a arma vencedora da Guerra da Coréia, o napalm fazia parte do arsenal dos EUA desde o início do conflito no Vietnã. 

Na década de 1963 a 1973, 388.000 toneladas de napalm foram lançadas no Vietnã. Isso é dez vezes a quantidade de napalm usado na Coréia (32.357 toneladas) e quase vinte vezes mais do que o usado no Pacífico (16.500 toneladas).

Existem relatos que afirmam que os lança-chamas foram freqüentemente usados ​​para limpar ou destruir “aldeias inimigas”, o que implica que eles podem ter sido usados ​​contra civis também. Napalm se tornou uma arma psicológica, pois o inimigo estava aterrorizado com o efeito causado por seu uso.

Uma das fotografias mais icônicas tiradas durante a Guerra do Vietnã mostrava crianças fugindo de uma greve de napalm, aterrorizadas. Em 8 de junho de 1972, o fotógrafo da Associated Press Nick Ut capturou a imagem icônica de uma garota de nove anos gravemente queimada, Phan Thi Kim Phuc, fugindo de um ataque de napalm pelas forças do Vietnã do Sul.A expressão de agonia e terror no rosto daquela menininha revelou o verdadeiro horror dos efeitos de napalm em suas vítimas.

Entre o público dos EUA, napalm se tornou o símbolo de tudo o que era detestável sobre a guerra no Vietnã. A guerra do Vietnã foi o primeiro conflito a ser amplamente transmitido pela televisão, embora se soubesse que a arma havia sido usada no Pacífico e na Coréia, seus efeitos nunca haviam sido vistos tão diretamente pelo público.

O direito internacional não proíbe especificamente o uso de napalm ou outros incendiários contra alvos militares,  mas o uso contra populações civis foi proibido pela  United Nations Convention on Certain Conventional Weapons (CCW) de 1980. 

* A United Nations Convention on Certain Conventional Weapons (CCW) entrou em vigor em dezembro de 1983, visa proibir ou restringir o uso de certas armas convencionais consideradas excessivamente prejudiciais ou cujos efeitos são indiscriminados. O objetivo da Convenção e de seus Protocolos é fornecer novas regras para a proteção de civis contra ferimentos por armas usadas em conflitos armados e também proteger os combatentes de sofrimentos desnecessários. 

Os Estados Unidos assinaram a Convenção aproximadamente 25 anos após a Assembléia Geral adotá-la, em 21 de janeiro de 2009.

Fontes:warhistoryonline, historycollection, vietnamawbb

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