

1º dia do VII Seminário Nacional sobre a Participação do Brasil na II Guerra Mundial
28/06/2018 10:00
No dia 28 de junho de 2018 foi o primeiro dia do VII Seminário Nacional sobre a Participação do Brasil na II Guerra Mundial que está sendo realizado na cidade de Curitiba-PR.
O Seminário, ao todo, será realizado em três dias, onde terá palestras, debates, visitas no Museu do Expedicionário e do Sargento Max Wolf Filho no 20º BIB e, por fim, teremos a III Encenação da Rendição da 148ª Divisão de Infantaria Alemã.
Hoje, na parte da manhã, teve a palestra: "Jornalistas em Combate: Correspondentes Brasileiros na II Guerra", realizado no Colégio Militar. Na palestra, destacou-se a importância dos jornalistas durante a guerra, bem como foi destacado duas mulheres brasileiras correspondentes de guerra: Sylvia de Arruda Botelho Bittencourt e Margarida Richman.
Sylvia Bittencourt participou da cobertura jornalística da FEB na II Guerra Mundial. Quando os primeiros correspondentes de jornais ainda estavam chegando na Itália, Sylvia já estava lá, cobrindo a Guerra. Ela era correspondente de guerra da United Press na Europa e usava o pseudônimo de Majoy.
Margarida Richman era responsável pelas transmissões de rádio em língua portuguesa, na quais incitavam os combatentes brasileiros a se renderem. Segundo o Pracinha Israel Rosenthal, Margaria era a única mulher no acampamento, pois ela tinha sido presa e levada até o acampamento, sendo enviada presa para o Brasil.
Também, foi destacado o trabalho de propaganda, como os folhetos que eram jogados no front, trabalho esse que não eram feitos pelos correspondentes. O real trabalho do correspondente era levar segurança para as famílias dos pracinhas que estavam lutando, que estavam bem e que estão vencendo. E para os pracinhas, tinha jornais , como O Globo tinha a edição Globo Expedicionário, que era um jornal que tinha notícias do Brasil para a Itália. Tais exemplares iam de avião para a Itália, com notícias de futebol, por exemplo.
No caso dos alemães, havia a propaganda "fake news". A tropa alemã, quando entrava em uma cidade, a companhia de propaganda ia junto, localizava a rádio dessa cidade invadida, se apropriava da rádio e transmitia, no idioma da região, que, a partir daquele momento, os alemães estavam na cidade e para a população se manter calma. Dessa forma, os alemães tinham um trabalho bem forte no sentido da propaganda.
Também tinham propagandas para enfraquecer a tropa brasileira, principalmente no front italiano, através do rádio e das propagandas lançadas em cima do front brasileiro. Um modo do Eixo lançar essas propagandas era tirar a carga explosiva da munição e, quando solta, ao invés de explodir, libera os panfletos de propaganda em cima do front inimigo.
Na parte da tarde, houve uma visita guiada no Museu do Expedicionário, onde houve a explicação de casa sala do museu. Na primeira sala, há o mapa que demonstra a trajetória brasileira no teatro de operações italiana e algumas maquetes das batalhas. Também há a definição de expedicionário, pois muitas pessoas sequer tem ideia do significado e da importância deles na história do Brasil. Cumpre destacar que o Museu recebe, em média, 2500 alunos de escolas por mês, sendo que este número, o Museu quer aumentar, trazendo, assim, mais conhecimento para os jovens.
O Museu tem um acervo muito vasto, com uniformes, medalhas, fotografias e materiais usados na II Guerra. Além do acervo, há comunicação visual em português e inglês, com o apoio do SESC, que faz a tradução, a arte final e a impressão.
No andar de cima, tem uma sala da FAB, com algumas miniaturas de aviões, com uma parte de comunicações, contendo um telégrafo, que era usado com fio ou por onda eletromagnética. Nesta sala também tem o cockpit do P47 que está na praça. O cockpit foi trazido para dentro do museu, pois, antigamente, o P47 da praça não ficava suspenso e houve um grupo de vândalos que tentou roubar o cockpit. Diante da tentativa frustrada, o Museu resolveu elevar o P47 e colocar o cockpit em um lugar mais seguro.
Também há salas com armamentos, como metralhadoras e uma sala de engenharia, demonstrando, por exemplo, a construção de pontes. Destaca-se que há algumas cópias de jornais e propagandas alemãs, conforme demonstrado nas palestras da parte da manhã.
No Museu tem a metralhadora que mais assustava os soldados na II Guerra, a MG42. Por conta da cadência de tiro da MG42, a metralhadora tinha um som único e, por conta disso, ganhou vários apelidos durante a Guerra como: "Estripador de homens" - russos; "A serra de Hitler" - alemães e "Lurdinha"- brasileiros. O apelido dado pelos brasileiros tem duas versões. A primeira é que um soldado teria comentado que o tiro da arma lembrava sua namorada, que não parava de falar. A outra versão é que Lurdinha seria uma costureira e que o barulho da metralhadora parecia o som feito de sua máquina de costurar.
O Museu tem uma sala dedicada às enfermeiras. Cerca de 70 enfermeiras participaram da guerra (67 do exército e 6 da Força Aérea), sendo que sete eram paranaenses. As enfermeiras da Força Aérea eram responsáveis pelo transporte dos feridos e acompanhavam os feridos.
Na última sala, é a sala do inverno, que retrata como os soldados vivam nas condições extremas, com esqui, com barracas. Vale destacar a história da galocha, que foi uma invenção brasileira para impedir o congelamento dos membros inferiores, onde os brasileiros colocavam palha, papelão, jornal e vestiam a galocha por cima.
Amanhã teremos mais palestras e sábado teremos a III Encenação da Rendição da 148ª Divisão de Infantaria Alemã.
Gostou? Compartilhe o post!!
Também temos um grupo de discussão sobre as Guerras no Facebook.Se você tem algum post, foto, vídeo, curiosidades sobre as Guerras, não deixe de compartilhar conosco!!
Por Murilo Hubert Schenfeld