

2º dia do VII Seminário Nacional sobre a Participação do Brasil na II Guerra Mundial
29/06/2018 10:00
No dia 29 de junho de 2018 foi o segundo dia do VII Seminário Nacional sobre a Participação do Brasil na II Guerra Mundial que está sendo realizado na cidade de Curitiba- PR.

Primeiramente, começou abordando sobre os afundamentos dos navios brasileiros pelos submarinos alemães e a falta de informações/notícias sobre tais fatos.
Depois, questionou-se sobre a veracidade dos fatos que ocorriam na Guerra e que chegavam ao Brasil. Será que dava para acreditar em tudo o que chegava de informação? Uma coisa que se tira das notícias dos jornais é que há uma exaltação dos soldados e da FEB, muitos antes dos Pracinhas chegarem à Guerra, o que acaba causando uma certa pressão nos soldados, os quais deveriam ser sempre heróis, grandes atiradores.
Ademais, o governo necessitava que houvessem boas notícias sobre a Guerra e não histórias de como o soldado que perdeu seus membros e acabou ficando cego por causa dos estilhaços. Muitas das notícias dependiam de censores que atuavam juntamente com o Exército, os quais tinham a função de liberar ou não as notícias que seriam enviadas para o Brasil. Em virtude da censura e por segurança, as noticias eram cifradas e não indicavam o local em que estava sendo enviada.
Por conseguinte, a preparação de jornalistas e assessores de imprensa para áreas de conflito pelo CCOPAB, foi abordado a instrução e capacitação de jornalistas em um estágio para ser correspondente de Guerra, para que estes relatem da melhor maneira os fatos que ocorrem em áreas de conflitos. Foi destacado que, hoje, o cenário é diferente da 2ª Guerra Mundial, pois atualmente temos vários fatores que atuam no cenário atual de combate, como combate terrorista, em áreas urbanas e, tudo isso o jornalista precisa entender para que se possa informar melhor em suas notícias.
Além das notícias, os jornalistas aprendem a negociar, pois podem ter situações de sequestro desses profissionais e, eles devem estar preparados para agir, bem como tem noção progressão em campo e de primeiros socorros.
Também foi destacado o correspondente de guerra Francis Hallawell, também conhecido como "Chico", que gravou as vozes dos pracinhas brasileiros. Chico era filho de britânicos e se ofereceu para lutar na infantaria inglesa, mas não foi aceito, por causa de sua idade - ele tinha 29 anos na época. Ademais, por falar inglês e português com fluência, foi trabalhar na BBC em Londres. Nos programas de reportagens, Chico sofria com a censura, tanto é que, a referência à derrotas e aos horrores da guerra são raras.
Chico gravando o depoimento de um dos comandantes da FEB
Chico, gravava os sons dos Pracinhas em um disco especial de alumínio coberto por um laque especial de acetato. Quando gravados, esses discos eram transportados de jipe para Florença e de lá, eram enviados por malotes do Exército Americano para Roma, onde eram irradiados para Londres, e onde eram novamente gravados e preparados para entrar em transmissões para o Brasil. Na época da 2ª Guerra, essa era a única forma de enviar e transmitir áudio para o Brasil, por isso, tais gravações de Chico tem um valor tão estimado para a história da FEB. Chico faleceu em Petrópolis em 2004.
Por fim, destacou-se a história de Max Wolff Filho, o maior herói da FEB. Filho de um austríaco e de uma paranaense, Max Wolff se alistou em Curitiba no 15º Batalhão de Caçadores, unidade hoje extinta e ocupada pelo 20º BIB. Em 44, Max Wolff se alistou voluntariamente na FEB e liderou mais de 30 patrulhas em áreas de batalha na Itália. Ele sempre se apresentava como voluntário para missões e, ao todo, participou de 36 patrulhas.
Max Wolff Filho
Sua última patrulha ocorreu doa 12 de abril de 45, nas imediações de Montese. O Sargento Max Wolff comandou a patrulha de reconhecimento da região de Monte Forte e Biscaia, com 19 militares que haviam se destacado por competência e bravura em combates anteriores. A patrulha partiu por volta do meio dia de Monteporte, passaram por Maiorani e prosseguiram. Contudo, haviam casas em ruínas, os quais serviam de abrigos para os alemães e, infelizmente, foi exatamente isso que aconteceu. Abrigados em ruínas das casas, os alemães deixaram que a patrulha brasileira se aproximasse o suficiente para não errar os disparos. As 13h15min, uma rajada de metralhadora cortou o peito do Sargento Max Wolff, que caiu morto. Vendo a situação, o soldado Alfredo Estevão da Silva correu ao encontro do Sargento, mas também foi ferido e caiu morto ao lado de Max Wolff.
Por causa do fogo inimigo, não foi possível resgatar o corpo do Sargento Max Wolff Filho, sendo, supostamente enterrado em uma vala comum pelo inimigo. O Sargent foi agraciado post mortem com as medalhas de Campanha de Sangue e Cruz de Combate, do Brasil e com a Medalha Bronze Star, dos Estados Unidos.










Amanhã teremos a III Encenação da Rendição da 148ª Divisão de Infantaria Alemã.
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