A alimentação das tropas
23/12/2019 10:00
Há um velho ditado que saco vazio não pára em pé, também serve para os soldados, onde com estômago vazio, não se pode vencer uma batalha. Alimentar soldados em uma zona de guerra é um dos maiores desafios que qualquer exército enfrenta, uma vez que a comida é importante para o moral da tropa.
Antes da invenção das rações militares, a alimentação dos soldados consistia em pão e carne seca salgada.
Siga-nos no Facebook
Os soldados do Império Romano recebiam uma "ração" de dois quilos de pão por dia, além de carne, azeite e vinho. Os soldados do Império Bizantino, por sua vez, eram obrigados a transportar sua alimentação por até 20 dias, e além disso, um pequeno moinho manual era uma dos equipamentos básicos dos soldados, o qual era usado para moer grãos e fazer um pão duro e seco de cevada, chamado do Paximadion.

Além dessa alimentação, os soldados também apreendiam suprimentos da população local, ou compravam comida com o soldo a fim de variar sua dieta.
Nas Guerras Napoleônicas, o sistema de racionamento da marinha britânica era no sistema "quatro por seis", ou seja, quatro porções de comida para seis soldados. E, o alimento era novamente o pão duro feito de pó de ervilha e ossos moídos. Em vez de água, as bebidas alcoólicas eram mais consumidas, uma vez que poderiam ser mais facilmente armazenada. Entre elas estão a cerveja, vinho e o rum.
Curta nosso Instagram
No ano de 1810 a lata de estanho foi inventada por Peter Durand e esse fato revolucionou a alimentação das tropas. Na I Guerra, uma grande escala de "rações de ferro" foram usadas.
A ração de ferro era o suprimento alimentar de emergência dos exércitos alemães desde a década de 1860. Essas rações tinham que ser saborosas, apetitosas, duradoura, fácil para transportar e barata. Para cumprir esses requisitos, inicialmente foram servidos bacon, pão e carne, uma vez que poderiam ser consumidos sem ferver/cozinhar.Porém, essa ação deteriorou-se rapidamente e carecia de gordura e proteína.

Em seguida, vieram produtos fabricados industrialmente, sendo chamados de Erbssurst, uma das mais antigas refeições prontas, que consistiam em tabletes dividios e embalados em um rolo de papel revestido de alumínio em forma cilíndrica. Essa refeição poderia, em poucos minutos, virar uma sopa de ervilha cremosa, esmagando os pedaços da porção e dissolvendo em água fria e depois fervendo. O Erbsturst foi desenvolvido em 1867 pelo fabricante de alimentos e conservas Johann Heinrich Grüneberg de Berlim. Os tabletes para servir, originalmente consistiam apenas de farinha de ervilha, gordura de carne, bacon desengordurado, sal, cebola e especiarias. No exército prussiano, os Erbsturst serviam como alimento de reserva.

Se inscreva no nosso canal no Youtube
A partir de 1889, os irmãos Knorr em Heilbronn, que já estavam produzindo mingau de Knorr e a sopa Victoria em sua fábrica, assumiram a produção da sopa instantânea.
Dessa forma, a ração de ferro consistia principalmente em preparações de carne e sopa de fornecedores privados, comoRudolf Scheller ou CH Knorr foram produzidos. Biscoito e café foram adicionados.
A ração de ferro consistia em três porções de 250 gramas biscoitos, 200 gramas de carne e 150 gramas de vegetais enlatados. Havia também 25 gramas de sal e café. Seus déficits apareceram especialmente durante a Batalha de Marne em 1914. Pela primeira vez foi garantido aos soldados vegetais em sua alimentação.
A Ração de Ferro foi significativamente melhorada durante o rearmamento maciço da Wehrmacht na década de 1930. Novos alimentos, como suplementos de soja , foram introduzidos, bem como técnicas de preservação aprimoradas, como congelamento e secagem de alimentos.
A porção de meio ferro ou a porção reduzida de ferro consistia apenas na ração de pão embalada e na carne enlatada e era carregada por cada soldado em sua mochila. Ela também só podia ser consumida por ordem.
A composição da porção de ferro e meio-ferro mudou durante a Segunda Guerra Mundial, com a situação cada vez mais pobre de suprimentos. Além disso, as rações de cada ramo de força eram diferentes.
Um fato interessante é que tinha as rações de ferro para os animais e a ração de ferro consistia em 5 kg de aveia por cavalo.
No período entre as Grandes Guerras, o Exército Americano desenvolveu três tipos de rações nutritivas. A C-Ration foi usada durante a II Guerra até a Guerra do Vietnã e consistia em três pratos enlatados: carne com batatas, arroz ou macarrão, três biscoitos, doces de caramelho, cubos de açúcar, um pacote de café instantâneo e um abridor de latas.
A D-Ration era uma ração de emergência em forma de barra de chocolate, que foi projetado para ser leve e nutritivo, mas não era muito apetitoso. Essa ração era para os soldados consumirem somente quando necessário.

Finalmente, a K-Ration era menor e mais leve que a C-Ration, sendo destinada às tropas da linha de frente. Esse tipo de ração foi usado no desembarque da Normandia.

Fonte: The Guardian, Welt, Alimentarum
Também temos dois grupos de discussão sobre as Guerras no Facebook. Se você tem algum post, foto, vídeo, curiosidades sobre as Guerras, não deixe de compartilhar conosco!! Grupo Guerras e Grupo II Guerra.

Por Juliana Hembecker Hubert





