As repórteres que decidiram cobrir a II Guerra Mundial

As repórteres que decidiram cobrir a II Guerra Mundial

20/07/2018 10:00

Um grupo de jornalistas americanas fez história durante a II Guerra Mundial; elas cobriram a maior história de sua geração e receberam o nome de "D-day Dammes" ou damas do Dia-D.

Uma das jornalistas era Martha Gellhorn, que escreveu uma carta às autoridades militares americanas, alegando que era necessário fazer uma reportagem sobre a Guerra. Ela estava escrevendo de Londres, no ano de 1944, onde Martha e outras mulheres correspondentes de guerra se reuniram em antecipação aos desembarques da Normandia, na costa francesa.

Como em qualquer grande evento, vários jornalistas se hospedavam em elegantes hotéis, como o Dorchester para cobrir a Guerra e, as D-day Dammes faziam parte disso. Além do que, elas tinham que lutar para superar a proibição de mulheres de irem para as linhas de frente. Mas, Martha teve seu grande furo de reportagem quando, clandestinamente, entrou em um navio-hospital, trancou-se no banheiro e tornou-se a primeira mulher a relatar a invasão do Dia-D.

Segundo relato de Martha: "Quando a noite chegou, as ambulâncias de água ainda estavam se agitando na praia, procurando pelos feridos. Nós chegamos à praia com água até a cintura". 

Martha conversando com soldados na Itália- II Guerra Mundial

Martha foi para a Europa com 21 anos e com US$50, pois queria ser uma correspondente estrangeira. Sua primeira experiência de guerra foi na década de 1930, na Espanha, quando cobriu a guerra civil juntamente com Ernst Hemingway, seu futuro marido.

Com a aproximação do Dia-D, o casamento de Martha e Ernst foi interrompido, uma vez que Ernst tentou impedir que Martha cobrisse a invasão. Mas, Martha conseguiu ir até a linha de frente e documentar o que estava ocorrendo. Este foi um marco histórico, marcando um ponto de irada para as mulheres que retratavam as áreas de conflitos. Chegaram às linhas de frente, mandavam informações da Normandia, entraram em Paris recém-libertada e depois, visitaram os campos de concentração em toda a Europa.

Lee Miller, diferente de Martha seguiu por um outro caminho quanto às reportagens de guerra. Ela iniciou na década de 1920, quando decidiu se tornar fotógrafa. Em 1940, ela foi até as ruas de Londres documentar a terrível devastação causada pelos bombardeios aéreos durante a Blitz.

Lee Miller- Normandia, França

Em 1942, Lee Miller foi credenciada pela Vogue como correspondente de guerra. Ela fotografou as mulheres desempenhando vários papéis, como enfermeiras, funcionárias da caridade e WRENS (Women Royal Naval Services). Porém, uma de suas reportagens mais vívidas foram em St. Malo, na França, em agosto de 44, quando ela foi informada que a guerra tinha acabado, mas não era verdade.

Foto de Lee Miller - Rua em St Malo, 1944

Miller escreveu na Vogue: "Eu me abriguei em Kraut, agachada sob as muralhas. Meu calcanhar pisou sobre uma mão solta e eu amaldiçoei os alemães pela sórdida destruição que conjuraram na outrora bela cidade. Eu peguei a mão e joguei de volta (...) e corri, machucando meus pés e batendo nas pilhas instáveis de pedra e escorregando no sangue. Cristo, foi horrível".

Foto tirada por Lee Miller

Outra jornalista foi Helen Kirkpatrick, chefe do escritório do Chicago Daily News, que esteve em Londres vários anos antes do Dia-D. Helen foi para a Europa e, depois de um tempo, telegrafou para seu marido "Not returning".

Helen Kirkpatrick

Quando foi dito que as mulheres não pertenciam às áreas de guerra, pois sequer conseguiriam cavar latrinas, um editor americano em Londres respondeu que Helen "poderia bater em qualquer um na sala naquela atividade".

 

Havia muitas mulheres como Margaret Bourke White, Ruth Cowan, Katherine Coyne, Lee Carson, Mary Welsh e muitas outras.

As repórteres faziam parecer fácil seu trabalho, mas havia uma batalha constante contra um preconceito. Mesmo pelos padrões de hoje em dia, o que essas mulheres fizeram, demonstraram uma determinação; foi uma conquista notável, mas algumas pagaram um preço alto. 
 

O espírito indomável e o estilo das D-Day Dames deram ao mundo algumas das mais distintas e ousadas crônicas de um período épico da história.

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Por Juliana Hembecker Hubert