

Brasil na Guerra Parte 03
04/06/2018 10:00
O vapor Olinda foi o 3º navio Brasileiro a ser atacado durante a Segunda Guerra. O Olinda pertencia a Cia. Carbonifera Rio Grandense e era um cargueiro que pesava 4.085 toneladas, tinha 15,3 m de largura e 109.8 m de comprimento e tinha a velocidade de 9,5 nós, aproximadamente 17,59 km/h. Ele foi construído em Glasgow na Escócia em 1905 por William Hamilton & Co Ltd.
20 DE JANEIRO 1942
Olinda zarpou de Recife com a carga de cacau,castanhas e café e o seu destino era exatamente o mesmo do Buarque, o porto de Nova York. Olinda estava navegando pelas costas da Carolina do Norte, mas ao contrário de Buarque, Olinda tinha apenas 46 tripulantes, sem passageiros. Fazia 48 horas do torpedeamento de Buarque e sua tripulação não sabia o que havia acontecido.
18 DE FEVEREIRO 1942
12h00 - O céu estava nublado, mas nada que pudesse atrapalhar a visibilidade e a navegação. Contudo, do mesmo modo que aconteceu com Buarque, um avião espião avistou Olinda e repassou a posição, velocidade e a rota ao submarino alemão U-432 do comandante Otto, o mesmo que afundou Buarque.
Nesse horário, um disparo de torpedo foi feito na antena de comunicação do navio. No momento, aquele disparo soou como um aviso de abandonar o navio, e foi exatamente isto que o comandante Jacob Benemond fez. Colocou os baleiros ao mar e desembarcou sua tripulação toda em dois baleiros. Apesar de terem ficado apertados couberam todos.
Após se afastarem do navio, o relato foi de que foram disparados mais de 10 torpedos, que atingiram o navio em diversas partes, levando-o ao pique rapidamente.
Ao contrário do que foi feito com Buarque, o comandante do submarino, desta vez, queria coletar informações e com o submarino emergido se aproximou do bote mais próximo. Ele buscava pelo comandante do navio. O soldado alemão parecia ser duro, mas educado. Falava Inglês, espanhol e um português com dificuldades, sempre orientado pelo seu comandante Otto.
Como o comandante do navio estava no baleiro mais afastado, o soldado ordenou que subisse à bordo do submarino o radiotelegrafista do navio Sr.Francisco Lutosa que, depois de ter sido resgatado, relatou que ele foi fotografado, assim como o baleiro e o navio, fizeram perguntas relacionadas a cargas, destino e o porto que tinha zarpado. Ao passar de alguns minutos, foi devolvido ao bote. Nesse período de tempo, foi o suficiente para o baleiro onde estava o comandante, se aproximasse do submarino. Fizeram o mesmo procedimento com o comandante: um oficial alemão estendeu a mão ao comandante Jacob para que subisse a torre de U-432.
Quando o comandante Jacob estava sendo devolvido ao seu baleiro, foi notado a aproximação de aviões da Marinha do Estados Unidos, com isto o submarino foi submergido e não mais fora visto.
19 DE FEVEREIRO 1942
06h00 - Depois de aproximadamente 18 horas, a tripulação do Olinda foi resgatado pelo navio -americano Dallas.
CONSEQUÊNCIAS
As consequências dos ataques aos dois navios Brasileiros fez com que todo o governo Brasileiro se manifestasse. Oswaldo Aranha encaminhou no dia 20 de Fevereiro um telegrama a Carlos Martins, embaixador do Brasil em Washington.
A revolta de Aranha era notório em sua escrita. Ele esclarecia que o ataque aos dois navios Brasileiros em costa americina só demostrava que o mar americano estava a mercê da marinha do eixo e que não possuía condições mínimas de segurança para o trasporte do material, bem como não estava cumprindo com a palavra de ajudar o Brasil com material bélico para que ele mesmo fizesse sua segurança.
General Mascarenhas de Moraes
O presidente Getúlio Vargas também encaminhou um comunicado lembrando ao Embaixador qual era sua real função lá e como era importante ser bem sucedido.
O General Mascarenhas de Moraes, que era comandante da 1ª Região Militar, designou o General Demeval Peixoto comandante da 1ª Brigada de Infantaria do Recife para começar os treinos em caso de um futuro ataque.
Nesse momento, a cidade de onde partiu o Olinda, agora estava em estado de Guerra. Holofotes foram instalados e ficaram em busca de aviões inimigos. Instruções eram diariamente passadas em rádios, do que fazer em caso de ataque. As proximidades dos portos foram fechadas, moradores deveriam deixar suas janelas fechadas e luzes apagadas, para que não servissem de referência.
O clima era esse. Enquanto o Brasil estava irritado com os afundamentos de seus navios e sem uma ajuda contundente dos EUA, a relação do Brasil com os países do Eixo estava cada vez mais enfraquecida.
General Demeval Peixoto
Pedido de informação para a implantação de segurança em recife.
A foto abaixo foi retirada do blog:httpssoldadolonge.wixsite.comblogsingle-post20161226fotos
Jornal Correio da Manha - Afundamento do Olinda
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Por Murilo Hubert Schenfeld