Charlie Chaplin e a I Guerra

O surgimento de Charlie Chaplin como o comediante de cinema favorito do mundo coincidiu quase precisamente com a Primeira Guerra Mundial.

Seu primeiro filme, "Making a Living", apareceu em fevereiro de 1914, apenas seis meses antes de sua Inglaterra, juntamente com a França e a Rússia, entrar em guerra contra a Alemanha e a Áustria-Hungria.

Com a entrada na Guerra, Chaplin tornou-se um garoto-propaganda para a venda de "bônus da liberdade" junto com Mary Pickford e seu grande amigo Douglas Fairbanks.

Durante a I Guerra, os filmes de Charlie Chaplin, eram muitas vezes, projetados no teto da enfermaria para que os feridos imóveis pudessem assistir de suas camas. Rir das piadas ajudou os soldados a esquecer o trauma físico e emocional que estavam sofrendo. Chaplin era um mascote para as tropas britânicas – um regimento até segurou um recorte dele acima de uma trincheira na esperança de que os alemães morressem de rir.

Combinando sentimentalismo e palhaçada, o vagabundo de Chaplin rapidamente se tornou um dos personagens mais populares da história do cinema e fez de Chaplin uma estrela internacional. O primeiro contrato de Chaplin com a Keystone lhe rendeu apenas US$ 150 por semana nos primeiros três meses; quando assinou com a Mutual em 1916, ele ganhava US$ 10.000 por semana e fazia filmes clássicos.

Quando Chaplin assinou seu contrato com a Mutual, incluía uma cláusula estipulando que ele não poderia deixar os Estados Unidos sem a aprovação da corporação. A imprensa britânica criticou a disposição, pois significava que Chaplin, que tinha apenas 27 anos, não poderia se juntar ao exército britânico. 

Dois anos depois, quando assinou um contrato de um milhão de dólares com a First National pictures, enfrentou críticas semelhantes nos Estados Unidos, que haviam entrado recentemente na guerra. Chaplin aparentemente tentou se alistar no exército americano; somente quando ele foi rejeitado como abaixo do peso, as críticas diminuíram - embora alguns na Grã-Bretanha ainda achassem que ele deveria se juntar às forças militares.

Esperando acabar com a guerra mais cedo, Chaplin visitou os EUA vendendo títulos de guerra para o governo em abril e maio de 1918. Isso deu a Chaplin seu primeiro vislumbre de como ele poderia usar seu poder de estrela para a política. 

Quando Chaplin finalmente apareceu em caqui do exército, foi em sua comédia clássica de cinema, Shoulder Arms. 

Shoulder Arms foi lançado em 1918  é um filme mudo de comédia ambientado na França durante a Primeira Guerra Mundial.

O filme retrata a história do Doughboy, quando começa seu serviço na guerra entre "o esquadrão desajeitado" um grupo de soldados americanos. Ele é de pernas tortas, desequilibrado e descoordenado, em contraste com os outros soldados que têm excelente coordenação. No entanto, ele segue para a frente na França, entre as bombas e trincheiras. 

Veja o filme aqui:

Após o lançamento do filme Shoulder Arms, Chaplin ganhou popularidade mundial em questão de meses após sua primeira aparição em 1914. Sua imagem estava em toda parte, não apenas na tela, mas também em outdoors, histórias em quadrinhos, músicas e brinquedos. 

Chaplin logo se tornou a figura mais conhecida e universalmente amada de todos os tempos.

Após a segunda guerra mundial, ele sofreu mais perseguição política e difamação. Cada vez mais crítico das desigualdades de classe, seus filmes subsequentes, como Monsieur Verdoux, de 1947, o expuseram a novas acusações de comunismo. 

Chaplin sobreviveu ao Red Scare, mas o FBI o manteve sob vigilância por quarenta anos. Isso teve um desfecho em 1952, quando o governo dos EUA rescindiu sua permissão de reentrada e ele se exilou na Suíça.

Fontes:theguardian, rrchnm, reddit, warhistoryonline, prruk

Por Juliana Hembecker Hubert

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