Conheça os Verdadeiros Band of Brothers
23/08/2018 10:00
Quem é apaixonado por guerra com certeza já viu inúmeras vezes a série Band of Brothers. Produzida pela HBO no ano de 2001, em conjunto com Steven Spielberg e Tom Hanks, ela tem 10 episódios com o total de 705 minutos, contando a história da companhia Easy.

Gosta da Série? Quer conhecer um pouco mais e conhecer os bravos soldados na vida real? Nós vamos contar desde do início.
Tudo começou no centro de treinamento TOCCOA, em junho a dezembro de 1942. TOCCOA, antes de 1942 era uma base militar pequena e, com a entrada dos EUA na Guerra, essa base militar foi transformada em um centro de treinamento militar para paraquedistas. Neste lugar treinavam a companhia Easy, Dog e Fox, que faziam composição da 506 R.I.P (Regimento de Infantaria Pára-quedista) da 101ª Divisão.
O treinamento dos para-quedistas eram os mais difíceis e, quando perguntados porque se alistavam no que seria o treinamento mais pesado do exército, eles falavam que era justamente isso que eles queriam. Eles não queriam ser simples infantes, queriam confiar na pessoa ao lado que estava lutando. Para a tropa em combate, é primordial a confiança e moral na tropa, ou seja, uma tropa onde o soldado conhece e confia no seu companheiro ao lado terá uma performance melhor do que os soldados que ficam com incertezas no front.

E não foi brincadeira! Saltar de avião era assunto novo em um mundo se desenvolvendo. Os instrutores tinham, não raras vezes, somente um dia ou uma atividade a mais do que àqueles que estava ensinando. A atividade era tão complexa e perigosa que os paraquedistas tinham um aumento em seu soldo de 50 dólares para soldados e 100 dólares para Oficiais.



A companhia Easy, Dog, Fox e mais a companhia do QG formavam o 2º Batalhão do 506º RIP
Comandante do Batalhão
Maj. Robert Strayer
O Major Robert Strayer, era oficial da reserva, tinha 30 anos e comandava o 2º Batalhão

Maj. Robert

Band of Brothers - Serie
Coronel Robert Sink
O coronel Robert Sink foi formado pelo West Point em 1927. Ele era o comandante do Regimento 506º e comandou o regimento experimental, ou seja, seriam os primeiros a treinarem a infantaria para saltar de paraquedas.

Cel. Sink

Ator no Band of Brothers
Os homens voluntários não tinham a menor aptidão para serem de elite. O trabalho foi árduo até para achar seus oficiais iniciais. Quinhentos oficiais se candidataram e somente 148 foram passaram pelo treinamento em Toccoa. Para os soldados foi ainda mais complicado. Foram necessários 5.300 alistados voluntários para obter 1.800 oficiais.
A Easy Company tinha 132 combatentes e 8 oficiais, sendo que desses 132 homens foram divididos em três pelotões com um quartel- general.
Havia dentro dos pelotões: três esquadrões de fuzileiros com 12 homens cada um, mais um esquadrão de morteiro com 6 homens, uma metralhadora e um morteiro de 60 milímetros para cada um dos esquadrões de fuzileiros.
Ed. Tipper


Tipper relata no livro "Brand of Brothers" que, quando chegou ao Toccoa, uma das primeiras coisas que ele viu foi o morro Currahhe e comentou com quem estava perto que ele tinha certeza que no fim do programa de treinamento eles teriam que subir aquele morro. No mesmo momento, ele ouviu um apito e todos se colocaram e forma. A ordem foi dada: troquem seus calçados e coloquem a bermuda de TFM (Treino Físico Militar).... e lá estavam eles, subindo o morro no mesmo dia em que chegaram. Ele relata ainda que, aqueles que não conseguiram subir foram mandados embora no mesmo dia.
Ele lembra que no fim da segunda semana de treinamento, foi dito que seria dado um dia de folga com boa comida. Foi servido espaguete no rancho. Após o término da refeição, foi tocado o apito e disseram: "Mudanças de ordens! Vamos correr". E subiram e desceram o morro acompanhados por uma ambulância. Aqueles que desceram ou aceitaram ajuda da ambulância, foram mandados embora no mesmo dia. O fato que aconteceu de verdade originou a cena do seriado.
Curiosidade: Currahee é uma palavra indigna que significa "Resistimos sem Ajuda"
Oficiais e soldados subiam e desciam o morro Currahee em média de 3 a 4 vezes por semana. Eram mais de 10 mil metros a serem feitos em 50 minutos. No mesmo dia tinha exercícios de barra, flexão e superação de obstáculos, entre outros exercícios. As marchas com equipamentos completos também eram reais e a cena onde o Comandante Primeiro Tenente Sobel manda esvaziar os cantis depois de uma marcha de 18 quilômetros sem água também é verdadeira.
Primeiro Tenente Herbert Solbel
O primeiro tenente Herbert Solbel, de Chicago foi um dos primeiros integrantes da companhia E (Easy) era conhecido pela sua rigorosidade.


Ao término dessas semanas de treinamento, os Paraquedistas recebiam:
- O Distintivo em forma de Asa prata (usado no bolso esquerdo).

-Uma Insignia para ombro esquerdo e uma para a boina (Bibico).


- E o direito de usar botas de paraquedistas.

Nota: O coturno não é o modelo usado pela Airborne mas é um modelo semelhante.
Para ter direito de usar as botas, o combatente tinha que estar apto a conhecer armas, leitura de mapas, leitura de bússola, táticas de infantaria, códigos, sinalização, telefonia de campanha, equipamento de rádio, mesas telefônicas e instalações elétricas, demolição, combate sem armas e combate com baioneta.
O objetivo desse treinamento é visível. Os companheiros que treinaram juntos, agora são mais do que irmãos, amigos, é algo que só quem serviu e treinou ao lado de um irmão de farda sabe. Se passa frio, fome para beneficiar o seu irmão. Você sabe de onde ele veio, conhece sua história antes do alistamento, sabe do que ele gosta de comer, sua cerveja preferida, a disposição de morrer para salvar um ao outro é total e isso, quando se está em campo de batalha, traz resultados extraordinários. Essa "amizade" nunca se acaba.
Um exemplo são as reuniões que, acreditem, ainda rola da companhia Easy. As brincadeiras e o carinho entre eles mesmo depois de anos continua firme e forte.
Donald Malarkey
No seu livro chegou a declarar que agradecia a Adolf Hitler, pois só assim, dentro de uma guerra, ele teve a oportunidade e a honra de conhecer e conviver com os mais talentosos grupos de homens que ele conheceu.



O seriado trouxe para nós não só uma visão militar de tiros e explosões, ele conseguiu nos colocar perto desses combatentes e mostrando o quão humanos também são. Para quem gosta de guerra, é uma obra prima e vale a pena assistir e procurar saber mais sobre esses personagens reais que lutaram.
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Por Murilo Hubert Schenfeld





