Corpo Expedicionário Português – 1916 – 1918

Foi a principal força militar nacional portuguesa, organizada inicialmente pelo General Norton de Matos, treinada em Tancos (Freguesia situada no Distrito de Santarém) e posteriormente nos campos de treino britânicos.

20º Reg Infantaria – Guimarães - Portugal

Começou sua organização como uma divisão formada por aproximadamente 53.000 homens, organizada em 3 brigadas, sendo cada uma formada por dois regimentos de infantaria e 3 batalhões.

No entanto, como o Corpo Expedicionário seria integrado ao 1º Exército Britânico, foi reorganizado em duas divisões, ao modelo inglês. Em 1917, sob o comando do Gen. Tamagnini de Abreu e Silva, organizou-se as 1ª e 2ª Divisões. Organizada da seguinte forma:

A infantaria era composta por seis brigadas, cada qual com seu Quartel General, quatro batalhões de infantaria, uma bateria de metralhadoras pesadas e uma bateria de morteiros ligeiros de trincheira.

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A Artilharia era constituída por grupos e baterias e englobava as baterias dos morteiros de trincheira, morteiros médios e morteiros pesados:

Morteiros ligeiros de trincheira

- 1º, 2º, 3º, 4 º, 5º e 6º grupos de baterias de artilharia, cada um englobando três baterias de peças de 75 mm e uma de obuses de 114 mm;

- 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª baterias de morteiros médios de 152 mm;

-  1ª e 2ª baterias de morteiros pesados de 236 mm.

A Engenharia compreendia os telegrafistas de campanha e as companhias de pioneiros. Estas tinham sido formadas pelos pelotões de sapadores (cavadores de trincheiras) dos batalhões de infantaria a partir dos quais se formaram agrupamentos sob os comandos de engenharia das divisões:

- Companhia de telegrafistas de corpo;

- 1ª e 2ª Companhias Divisionárias de Telegrafistas;

- Secção de telegrafia sem fios com duas subsecções divisionárias;

- 1ª e 2ª Companhias de sapadores de corpo;

- 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª Companhias Divisionárias de Sapadores Mineiros;

- Secção de pombais militares;

- Batalhão de mineiros;

- 1º e 2º Grupos de Companhias de Pioneiros.

Metralhadoras

- 1º, 2º, 3º, 4º, 5º e 6º Grupos de Metralhadoras, cada um englobando duas baterias de metralhadoras pesadas de 7,7 mm.

Serviço e Saúde

- 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª Ambulâncias;

- 1ª e 2ª colunas automóveis de transporte de feridos;

- 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª secções hipomóveis (Veículos puxados a cavalo) de transporte de feridos.

 Outros Serviços

Grupo de esquadrões de cavalaria transformado em grupo de companhias de ciclistas; - 1ª e 2ª secções divisionárias de observadores; - 1ª e 2ª secções móveis veterinárias; - 1º e 2º trens divisionários; - 1º e 2º grupos automóveis; - 1ª e 2ª companhias de serviços auxiliares.

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Além disso Base de Retaguarda composta por um Quartel General da Base, com os seguintes serviços: Depósito de material de engenharia; Depósito de material; - Oficinas de montagem de munições de 75 mm; Depósito de cavalaria; Depósito de remonta; 1º, 2º e 3º Depósitos de infantaria; Hospital de sangue; Hospitais da base; Estação de evacuação; Secção de higiene e bacteriologia; Depósito de convalescentes; Depósito de material sanitário; Colunas automóveis de transporte de feridos; Lavandarias; Oficinas de beneficiação de fardamentos; Deposito de fardamentos e aquartelamento; Depósito de material de bagagens; Cantina central; Grupos de caminhões Kelly; Oficina de reparações. Escolas de treinamento gases, metralhadoras ligeiras, pesadas, morteiros de trincheiras, sinaleiros, tiro entre outros serviços.

Treinamento com máscaras de gás

O Corpo Expedicionário Português combateu nas frentes Coloniais em Moçambique e Angola, a fim de libertar suas colônias da dominação alemã e na frente de Flandres, onde combateu em Ferme du Bois,  Neuve Chapelle, e La Lys.

Em La Lys sofreu forte ofensiva alemã que acabou por desarticular o Corpo Expedicionário Português, onde teve baixa de mais de 7.000 homens, entre soldados e oficias. O ataque aconteceu na madrugada de 9 de Abril, quando as tropas portuguesas da 2.ª Divisão estavam para se retirar da frente, depois de longos meses sem serem rendidas, devendo ser substituídos por militares britânicos.

O 6.º Exército alemão, sob o comando do general Von Quast, lança nove divisões entre La Bassée e Armentières, cujas posições estavam defendidas por três divisões inglesas e uma portuguesa. Esta ofensiva na Flandres surpreendeu a divisão portuguesa, abrindo uma brecha na frente inglesa e permitindo aos alemães avançar para o centro, ultrapassando Laventie e atingindo La Lys entre Estaires e Sailly. Com a madrugada inicia-se o bombardeamento alemão que se transformou em fogo contínuo. No início da manhã as tropas alemãs já eram vitoriosas. São capturados cerca de seis mil portugueses da segunda divisão e quase 100 peças de artilharia.

Fontes: Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, Organização Portugal 1914

Por Marcelo Cubis

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