David Duncan- das fotografias de Guerras à Picasso

David Duncan- das fotografias de Guerras à Picasso

19/06/2018 10:00

No dia 07/06/2018 faleceu David Douglas Duncan, com seus 102 anos. Duncan ficou conhecido mundialmente pelas suas fotografias de soldados e do pintor Pablo Picasso.

Nascido em 1916, Duncan serviu como fuzileiro naval durante a II Guerra Mundial e, mais tarde, trabalhou como fotógrafo de guerra.

Ele ficou famoso por suas fotografias de soldados. Sob os capacetes, os rostos são jovens e sujos; eles soluçam sobre seus amigos mortos e olham exaustos para o nevoeiro e a chuva. Não há heróis nas imagens de guerra de Duncan.

Em sua grande maioria, são imagens em preto e branco e retratam a vida de soldados de infantaria e civis em fuga, presos na Segunda Guerra Mundial, no conflito da Coréia e na Guerra do Vietnã.

Na II Guerra, Duncan cobriu as invasões americanas das ilhas Salomão e Okinawa. Ele estava a bordo do encouraçado Missouri, na baía de Tóquio, em 1945, fotografando a rendição japonesa.

Após a  guerra, Duncan trabalhou para a revista Life e, suas atribuições o levaram para conflitos na Palestina, Grécia, Turquia, Índia, Egito, Marrocos e Afeganistão. Também Duncan estava no Japão em 1950, quando as tropas norte coreanas cruzaram o paralelo 38, o que provocou uma ação da ONU, que deixou 36.500 americanos mortos.

 

"Meu objetivo sempre foi ficar o mais próximo possível e fotografar as imagens como se fosse pelos olhos do soldado de infantaria, do fuzileiro naval ou do piloto. Eu queria dar ao leitor algo da perspectiva visual e o sentimento sob fogo, suas apreensões e sofrimentos, suas tensões e liberações, seu comportamento na presença da morte ameaçadora".

 

No Vietnã, Duncan voltou a concentrar na vulnerabilidade dos soldados e civis. Suas imagens mais poderosas foram feitas no cerco de 1968 de Khe Sanh.

Guerra da Coreia 1950

Khe Sanh- Fevereiro 1968

Duncan estava na linha de frente, exposto aos mesmos perigos que as tropas e os refugiados civis. Ele também voou em missões de bombardeio, fotografando jatos voando sobre alvos.

Nas guerras, Duncan ia apenas com equipamentos essenciais: capacete, poncho, colher, escova de dentes, bússola, sabonete e mochila contendo: um medidor de exposição, filme e duas câmeras. Ele usou um Rolleiflex na II Guerra, mas preferiu um 35mm. Para a Coréia, ele levou duas cÇameras Leica IIIc, que disse que aguentavam bem na chuva e na lama.

Em 2003, em uma entrevista para o jornal The New York Times, Duncan relatou que: "eu não sentia senso de missão como fotógrafo de combate. Eu apenas senti que talvez os caras lá fora merecessem ser fotografados do jeito que são, seja eles correndo com medo, ou mostrando coragem, ou mergulhando em um buraco, ou conversando e rindo. E acho que isso trouxe uma sensação de dignidade ao campo de batalha".

Duncan estava entre os fotógrafos mais influentes do século XX e, além de seu trabalho de guerra, ele passou alguns anos com Pablo Picasso, criando um registro da vida do artista. A amizade com Picasso começou em 1956 e durou até a morte de Picasso em 1973. Explorando a vida cotidiana e a criatividade de Picasso. Em entrevista para o Le Monde, Duncan falou sobre essa experiência: "Você não pode imaginar como foi simples. Eu estava lá, como alguém pertencente à família, e tirei as fotos".

 

Ele também percorreu o mundo fazendo fotos sobre o Kremlin, a cidade de Paris e o panorama dos povos da Ásia, África e Oriente Médio. Todo seu trabalho rendeu 25 livros, incluindo oito sobre Picasso  e o seu trabalho de guerra mais conhecido, o "This is War" (1951) sobre a Coréia.

 

 

Duncan viveu no norte de Cannes, em Côte d'Azur, desde os anos 1960 até sua morte.

Fontes: Zeit Online, The New York Times

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Por Juliana Hembecker Hubert