Doug Hegdahl

A prisão de Hỏa Lò era usada por colonos franceses para prisioneiros políticos, sendo que, durante a Guerra do Vietnã, foi usada para os prisioneiros de guerra americanos. 

*A prisão foi demolida durante os anos 90, embora a guarita permaneça como um museu.

Durante a Guerra do Vietnã, o primeiro prisioneiro americano a ser enviado para Hỏa Lò foi o tenente Everett Alvarez Jr., que foi abatido em 5 de agosto de 1964. 

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Desde o início, os prisioneiros de guerra americanos sofreram condições miseráveis, incluindo comida ruim e condições insalubres, e o complexo penitenciário foi sarcasticamente apelidado de "Hanoi Hilton" pelos prisioneiros, em referência à conhecida cadeia de hotéis Hilton.

Mais de 2.500 militares americanos foram contabilizados como prisioneiros de guerra ou desaparecidos em ação durante a Guerra do Vietnã, com muitos deles presos no notório campo de Hỏa Lò em Hanói. Mas para o marinheiro Doug Hegdahl, essa prisão notória era seu teatro de operações.

Hegdahl se alistou na Marinha em 1966, sendo  designado para o cruzador USS Canberra.

*Curiosidade do USS Canberra - saiu de Boston em janeiro de 1944, escoltado pelo destróier USS Norman Scott, o USS Canberra navegou para Pearl Harbor via San Diego e ingressou na Força-Tarefa 58 em meados de fevereiro

Na noite de 6 de abril de 1967, o USS Canberra estava realizando uma operação disparando contra alvos na costa, e o inexperiente Hegdahl subiu ao convés, sendo que a razão para ele subir até o convés permanece um mistério até hoje. Hegdahl foi acidentalmente atingido por uma das armas de 5 polegadas, sendo foi capturado por uma lancha norte-vietnamita e preso no famoso Hilton Hanoi.

*As lembranças de Hegdahl de seu tempo em Hilton Hanoi serviriam mais tarde como prova de tortura cometida pelos norte-vietnamitas em campos de prisioneiros de guerra.

Na prisão, Hegdahl fez com que seus captores acreditasse que ele era ignorante, pois afirmava que não sabia ler e nem escrever. Na verdade, Hegdahl foi perspicaz e tinha uma memória fantástica.

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Diante de sua situação, Hegdahl fez um trabalho incrível, apenas agindo como idiota na frente de seus captores.O impressionante sucesso da falsa estupidez de Hegdahl levou os norte-vietnamitas a uma falsa sensação de segurança. Eles deixaram Hegdahl fazer a limpeza e varrer o acampamento, pois acreditavam que ele era desafiado mentalmente.

Agora autorizado a circular quase livremente pelo campo, sem suspeita dos guardas, Hegdahl usou esse novo trabalho para reunir informações de dentro do campo. Seu desempenho como espião dentro da prisão foi incrível: ele localizou os prédios em que seus companheiros de prisão americanos eram mantidos.

Mais impressionante ainda, ele danificou cinco caminhões da prisão do Exército do Vietnã do Norte colocando terra em seus tanques de gasolina, enquanto os guardas tiravam um cochilo.

O primeiro colega de cela de Hegdahl foi o oficial da Força Aérea Joe Crecca, e disse a Doug Hegdahl os nomes de 256 prisioneiros de guerra detidos com eles em Hỏa Lò, usando a música de "Old Macdonald" como uma maneira de lembrar esses nomes.

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Após sua libertação em 1969, Hegdahl entregou informações sobre outros americanos detidos. Não apenas seus nomes, mas também suas fileiras, números de previdência social e até detalhes estranhos, como os nomes de seus filhos ou cachorro.

Hegdahl se tornou um ativista de direitos humanos, cantando sua versão de "Old MacDonald Had A Farm" em um evento em 1998. Sua história é um exemplo formidável da tradição militar americana de "Deixar ninguém para trás".

Fonte: vintagenews, britannica

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Por Juliana Hembecker Hubert