Hospitais nos trilhos

Hospitais nos trilhos

04/10/2019 10:00

Durante a I Guerra Mundial, ambos os lados sofreram com as perdas e o grande número de baixas. A Grande Guerra e seu grande número de vítimas, acabou gerando um grande problema: o transporte dessas vítimas para os hospitais. Diante disso, o governo britânico encontrou uma saída, que seria trazer os hospitais ao encontro das vítimas, e foi ai que surgiu os hospitais em trens.

Em 1912 foi criado o Comitê Executivo Ferroviário, a fim de garantir o bom funcionamento ferroviário durante a guerra. Esse Comitê apresentou planos para a construção de 12 trens ambulâncias para que as vitimas fossem mais facilmente transportadas. Vale destacar que, quando a guerra começou, esses planos já tinham sido enviados em segredo para as empresas ferroviárias, e com o fervor patriótico, essas empresas começaram a preparar os trens. Os trabalhadores e engenheiros, longe do front, que trabalharam para a construção, essa era a chance de contribuir para o esforço da guerra, e acabaram concluindo o serviço em uma velocidade incrível. O resultado foi trens hospital com salas de cirurgias, enfermarias, acomodações de funcionários e cozinhas.

Esses trens operaram na Inglaterra, mas também foram enviados para a França, onde prestaram serviço mais próximo da linha de frente, sendo um elo vital no sistema médico.

As baixas na I Guerra eram variadas, desde ferimentos de projéteis, baionetas, gases tóxicos que queimavam os pulmões e outros que apresentavam doenças decorrentes da falta de sistema de higiene nas trincheiras. O primeiro passo para essas vítimas era transportá-las para longe do front; caso não fosse possível caminhar, seria carregado por macas.

O primeiro ponto de parada das vítimas eram nos postos de ajuda regimental, onde receberia o tratamento básico, e isso determinou se a vítima sobreviveria tempo suficiente para ser encaminhado para os trens. Caso tivesse chance de sobreviver, o soldado era levado até os trens de ambulância da Continental, onde eram tratados e transportados para uma estação.

Longe da zona de combate, os trens de ambulância levavam os soldados para os hospitais base onde eram enviados de volta para a Inglaterra. Para os que foram evacuados para casa, os navios hospitais eram a próxima etapa da viagem. Esses navios nada mais eram que navios de passageiros que foram convertidos em hospitais e que levavam equipe e instalações médicas. Esses navios acabavam se arriscando ser torpedeada por submarinos inimigos no trajeto França-Inglaterra. Chegando na Inglaterra, os homens eram novamente transferidos para os trens hospitais até chegarem nos hospitais para tratamento, onde alguns seriam enviados para casa e outros para o front novamente.

Para muitos soldados, o tempo no trem hospital era cansativo e muitas vezes doloroso, pois o movimento do trem acabava perturbando ainda mais quem estava com feridas graves e ossos quebrados. Para os soldados com outros tipos de ferimentos, o trem era um alívio; longe do front, eles recebiam cama quente, comida e assistência médica. Esses trens transportaram tropas de todo o mundo, deitados lado a lado, estavam ingleses, franceses, índios, canadenses, neozelandeses e até alguns alemães. As animosidades foram deixadas de lado quando estavam compartilhando o sofrimento.

Um trem médio era composto de 3 oficiais médicos, 3 enfermeiras, 47 enfermeiros e 3 chefs de cozinha, sendo responsáveis pelo atendimento de 500 passageiros. Esses funcionários moravam nos vagões dos trens, um pouco apertados, mas com acomodações confortáveis com banho quente e aquecimento a vapor. Porém, trabalhar nos trens ambulância demandou um esforço incrível, onde trabalhava-se dia e noite tratando os pacientes, e mesmo depois do  desembarque, não havia descanso até que o trem fosse limpo e as camas arrumadas. Trabalhar no trem ambulância também era perigoso, pois a ferrovia usada era a mesma que transportavam armas e munições, ou seja, corriam o risco de serem bombardeados. Vale destacar que também tinha o risco de pegar alguma doença de seus pacientes e até mesmo piolhos.

Entre uma viagem e outra, a equipe tinha algumas semanas de descanso, os quais tentavam ter suas vidas normais e recuperando sua capacidade física e mental.

Fonte: warhistoryonline

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 Por Juliana Hembecker Hubert