Operação Tat-type

Operação Tat-type

18/03/2020 10:00

Durante os primeiros anos da Guerra Fria, uma das tarefas da defesa civil envolveu o estabelecimento de fontes confiáveis ​​de sangue em caso de ataque nuclear. Com a Guerra da Coréia ocorrendo no Pacífico, os Estados Unidos sofreram um déficit substancial em seus suprimentos de sangue, e a tentativa de solução incluiu a organização de “bancos de sangue ambulantes” em regiões dos Estados Unidos. 

Diante disso, os comitês de defesa civil, primeiro em Chicago e depois em Lake County, Indiana, decidiram por um método invasivo e permanente, de marcar fontes de sangue, chamando-o de Operação Tat-Type, com o objetivo de facilitar as transfusões após um ataque atômico.

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As tatuagens poderiam atuar como uma maneira rápida de encontrar uma fonte imediata de sangue para a transfusão em feridos gravemente.

A idéia foi trazida para os EUA por um médico da AMA, Andrew Ivy. Enquanto testemunhava nos julgamentos de Nuremberg após a Segunda Guerra Mundial, ele observou que alguns membros da SS tinham seu tipo sanguíneo tatuado em seus corpos.

Quando Ivy voltou para Chicago, ele trouxe a idéia como uma maneira de lidar com o suprimento de sangue que estava diminuindo rapidamente, que era um efeito colateral da Guerra da Coréia.

A Sociedade Médica do Condado de Lake introduziu a Operação Tat-Type durante a Feira do Condado de Lake em 1951 e taatuou o tipo sanguíneo em mais de mil pessoas, sendo que a maioria se voluntariou. O programa expandiu-se para as escolas primárias de Hobart e depois para a maioria das escolas em todo o condado, de 1951 a 1952.

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Apesar desses sucessos, quando as autoridades da comunidade propuseram a Operação Tat-Type para outras áreas em torno de Chicago, houve uma recusa generalizada dos cidadãos.

Um colunista do Washington Post relatou a historia de John MacGowan, que estava no primeiro ano da escola Lanier em 1952, em Munster, Indiana, e foi uma das crianças que foram tatuadas.

MacGowan descreveu o processo como "horrível", com sua turma sendo conduzida por um corredor para a sala de saúde onde o processo de tatuagem estava sendo realizada. O barulho de agulha seria seguido pelo grito e/ou choro da criança sendo tatuada.

As tatuagens eram do tamanho de uma moeda de dez centavos e colocadas no lado esquerdo do peito, geralmente sob o braço esquerdo.

Acredita-se que a criança mais nova que fez a tatuagem seja Paul Bailey, de Milford, Utah, que nasceu no Beaver County Hospital em 1955. Ele fez sua tatuagem cerca de duas horas após seu nascimento. Um funcionário do hospital fez questão de salientar que havia recebido o consentimento dos pais com antecedência.

Porém, esse programa não foi muito além por várias razões. Uma delas era que a tatuagem era cara e demorada, o tipo sanguíneo seria difícil de ver na pele queimada, e os médicos não confiavam nas tatuagems feitas. Finalmente, a crise de falta de sangue em estoque terminou quando a Guerra da Coréia terminou.

Fonte: Washingtonpost, Oragebean

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Por Juliana Hembecker Hubert