

Os uniformes das Enfermeiras da FEB
19/11/2020 10:00
Em dezembro de 1943, foi criado o Decreto-Lei nº 6097, para que as enfermeiras atuassem na II Guerra Mundial, com o Quadro de Enfermeiras de Emergência da Reserva do Exército (QEERE), cujas candidatas deveriam ser brasileiras natas, solteiras ou viúvas, ter entre 22 e 45 anos de idade e alguma formação prévia em enfermagem.
Ao todo, 67 enfermeiras do Exército e 6 da Força Aérea integraram o contingente de cerca de 1.300 profissionais de saúde na Segunda Guerra Mundial. Contudo, a maior parte dos diplomas apresentados era de “voluntária socorrista”, curso de três meses ministrado pela Cruz Vermelha Brasileira.
Em 09 de outubro de 1943, houve uma chamada publicada no jornal “O Globo” para as enfermeiras que foram selecionadas após iniciarem seu voluntariado, as quais ingressaram no Curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército (CEERE), que comportou três módulos: parte teórica, preparação física e instrução militar
Enfermeiras da FEB em treinamento físico antes do embarque para a Itália
Os uniformes das enfermeiras da FEB foram decididos por uma comissão da qual fizeram parte a Srª Darcy Vargas, esposa do Presidente da República Getúlio Vargas e a Srª Santinha Dutra, esposa do Ministro da Guerra Eurico Gaspar Dutra, porém, os modelos dos uniformes adotados não atenderam às expectativas das enfermeiras.
Contudo, em virtude da urgência do embarque, vale ressaltar que as cinco primeiras enfermeiras partiram do Brasil sem receber os devidos uniformes. Diante desse fato, as primeiras enfermeiras enviadas, trabalharam por cerca de vinte dias, com o uniforme verde oliva, que era nada funcional.
Após entendimentos feitos entre as delegações brasileira e norte-americana, optou-se pelo uso do uniforme de verão norte-americano, sendo que a passeio usariam o verde-oliva brasileiro. Essa foi a solução conciliadora para resolver a insatisfação com os uniformes. Além disso, os uniformes de enfermeira da FEB não se adaptaram ao clima europeu, sendo que o exército norte-americano proveram os uniformes adequados.
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O traje de passeio
Na foto abaixo tem duas enfermeiras da FEB trajando seus respectivos uniformes militares verde oliva, muito semelhantes aos dos soldados.
O uniforme completo era todo feito no tecido gabardine na cor verde-oliva e era composto dos seguintes acessórios: jaqueta,camisa de botão, cinto, gravata, saia-calça ou saia ou calça, bolsa de couro à tiracolo; quepe, que possuía o brasão do Exército Brasileiro, sendo às vezes substituído por uma boina escocesa,insígnia, sapatos de couro e eventualmente também se usavam botas.
Uniforme de serviço/hospital
Quando as enfermeiras estavam em serviço, no hospital, elas usavam um vestido é transpassado, com um pequeno bolso no lado direito, na altura do quadril e por dentro, era fechado com um alfinete.
Diferentemente do que se imagina, o vestido era branco com listras marrons, feito de anarruga, que é um tecido que seca rápido e não é necessário passar.
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Enfermeira Regina Cerdeira Lordalo em sala de cirurgia.
Uniforme exposto no Museu do Expedicionário - Curitiba-PR - Foto Zheit
Vale destacar que as enfermeiras da FEB não passaram só o verão na Itália, mas também o rigoroso inverno europeu. Segundo o catálogo de uniformes do Exército Americano publicado em outubro de 1943, o uniforme das enfermeiras do Army Nurse Corps (ANC) contava com uma capa, que também foi usado pelas enfermeiras da FEB.
AS enfermeiras apontavam as dificuldades inerentes à inadequação dos seus uniformes.
[...] os uniformes que recebemos do Brasil foi humanamente impossível serem usados [...] nós recebemos avantajados uniformes americanos de lã [...] muitas mantas para nos cobrirmos [...] existiam lareiras dentro das barracas...nos adaptamos bem [...] a compra de diversos complementos para usar com os uniformes era opcional, a capa de borracha americana com forro de lã adaptável, realmente foi comprada, mas valeu a pena, foi muito útil [...] (Enfermeira Virgínia Portocarrero).
[...] Recebemos dos americanos uma capa de chuva verde-oliva com capuz amarrado [...] a capa era revestida interiormente por um casacão de lã grosso, abotoado e removível [...] ganhamos também japona marrom esverdeada [...] a meia bota brasileira apropriada para a neve foi o equipamento brasileiro que mais nos serviu [...] (Enfermeira Hilda Ribeiro)
[...] quantas e quantas noites eu fiquei com 16 graus abaixo de zero em Livorno, botava a capa por cima do pijama e ia fazer uma ronda no hospital (Enfermeira Elza Cansanção).
Enfermeiras da Cruz Vermelha Brasileira em 1943
Fontes: eb.mil.br, camara.leg, Associação Nacional dos Veteranos da FEB, Folha de São Paulo
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