Vestidos de Paraquedas
16/10/2019 10:00
Na II Guerra um dos maiores desafios para aqueles que não foram para a guerra eram os recursos limitados. Depois que a guerra terminou, retornar à vida normal não foi uma tarefa fácil, especialmente quando se considera o quão devastador os anos de guerra foram. O racionamento ainda existia nos anos que se seguiram à guerra, e as pessoas tiveram que tomar cuidado para usar seu dinheiro com sabedoria, porque o custo de quase tudo havia aumentado.
Uma mercadoria que havia aumentado muito era o tecido, sendo que, muitas mulheres sequer conseguiam comprar os metros suficientes para a confecção de um vestido de noiva. Diante disso, a saída foi fazer os vestidos de noiva com os paraquedas usados na Guerra.

Quando a seda se tornou uma “questão militar” e o preço do material subiu, a única seda disponível era o paraquedas de um noivo, e se não fosse danificado, poderia eventualmente ser transformado em um vestido de noiva deslumbrante.
Devido ao fato de ser resistente ao fogo, forte, leve e fácil de embalar, a seda estava entre os melhores tecidos para fazer pára-quedas. A cor dos paraquedas era branca, provavelmente porque mudar sua cor era considerado proibido, em virtude da camuflagem.

Dessa forma, o noivo, que bravamente lutou e sobreviveu à Guerra, entrega o paraquedas à sua noiva, para que esta faça um belo vestido para o grande dia.
Mas, se o noivo não fosse um paraquedista?Ted Zimmerman, um veterano da Guerra, ão conseguiu encontrar os suprimentos necessários para fazer um vestido de noiva. Mas ele conhecia alguns soldados na unidade de paraquedas e acabou trocando uma garrafa de uísque pelo paraquedas. O casal doou o vestido de noiva de para-quedas de Jackie ao Museu de História da Segunda Guerra Mundial, em Nova Orleans.
Vale destacar que vários vestidos feitos de seda paraquedas são exibidos em vários museus, incluindo o Victoria and Albert Museum em Londres, a Smithsonian Institution em Washington, DC, o Don F. Pratt Museum em Fort Campbell, Kentucky, e o Imperial War Museum em Londres.

Entre as histórias mais emocionantes de um vestido de noiva feito de pára-quedas de nylon está a de Claude e Ruth Hensinger.
Hensinger e a tripulação haviam acabado de fazer um bombardeio sobre Yowata, no Japão, mas no caminho de volta à base, um de seus motores pegou fogo. Em 1944, a sobrevivência não era garantida naquela parte do mundo. Grande parte da China ainda estava ocupada pelos japoneses, que estavam sempre à procura de aviadores aliados.
Como se tropas japonesas itinerantes não fossem suficientes, as noites eram frias, escuras e longas, e para piorar, Hensinger não sabia se estava em território ocupado, e também ficou ferido ao pousar em uma pilha de pedras afiadas e estava sangrando. Ele manteve o pára-quedas, mesmo após o pouso.
Ao retornar para casa, em vez de um anel, o major Claude Hensinger usou o paraquedas que salvou sua vida durante a Segunda Guerra Mundial para propor a Ruth. Ele disse a ela que foi o paraquedas que salvou sua vida e pediu que ela fizesse um vestido de noiva. Ruth fez a saia usando as cordas de para-quedas para amarrá-la e contratou Hilda Buck, uma costureira local, para fazer o corpete e o véu, inspirada no vestido de Scarlett O'Hara no filme de 1939 Gone With the Wind.

Claude e Ruth Hensinger

Coleção / Divisão de História Social, Doador: Hensinger, Cat. 1992.0236.1, de 120mm ektachrome CC: Museu Nacional de História Americana de Smithsonian
O casal ficou casado por 49 anos antes da morte de Hensinger em 1996. Nos dois anos seguintes, duas outras gerações de mulheres se casaram com o vestido de paraquedas de Ruth Hensinger. O vestido está agora em exibição no Museu de História Americana da Smithsonian Institution.
Veja a história de Edwin e Betty Morgan
Fonte: wearethemighty
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Por Juliana Hembecker Hubert





