Women Airforce Service Pilots - WASP

Em dezembro de 1942, Nancy Harkness Love, com o apoio do Comando de Transporte Aéreo dos EUA, organizou 25 mulheres pilotos no Women's Auxiliary Ferrying Squadron (WAFS). Devido às estritas qualificações para o serviço no WAFS, apenas 40 mulheres usavam o uniforme WAFS antes de ser incorporado ao Women Airforce Service Pilots (WASP).

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Após o ataque à Peal Harbor, uma das mais conhecidas aviadoras da época, Jacqueline Cochran, tentou despertar o interesse da aviação nas mulheres que seriam treinadas para pilotar aviões militares dentro dos EUA. Quando esse esforço falhou, ela recrutou um grupo de mulheres pilotos para servir no Auxiliar de Transporte Aéreo Britânico. 

Cochran estabeleceu o Women's Flying Training Detachment (WFTD) no Aeroporto Howard Hughes em Houston, Texas, em 16 de novembro de 1942, com uma classe inicial de 25 mulheres que deveriam ter 200 horas de voo e uma licença comercial.

O treinamento WASP era rigoroso e muito semelhante ao treinamento de cadetes da AAF. Um dia típico de treinamento no Avenger Field começava às 6h e terminava às 22h. As WASPs limparavam seus quartéis para inspeção, marcharavam, então completaram o treinamento físico, instrução de vôo em aeronaves básicas ou avançadas, estudaravam clima, navegação, física, matemática e motores, entre outros assuntos. 

O programa de treinamento WASP durou cerca de 27 semanas e, na formatura, as pilotos estavam bem preparadas para voar em todos os tipos de aeronaves militares.

Dezoito turmas de WASPs se formaram durante a guerra, um total de 1.074 mulheres. Nas cerimônias de formatura no Avenger Field em Sweetwater, Texas, as WASPs ganharam suas asas de prata da diretora do programa Jacqueline Cochran.

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Além de transportar, testar e entregar aviões para reparo, o WFTD também executou voos de verificação, concedeu tempo de voo em novos motores, alvos rebocados para prática de artilharia antiaérea, voou em missões de rastreamento de holofotes e instruiu cadetes pilotos do sexo masculino.

Em 05 de agosto de 1943, a WAFS e WFTD se fundiram no Women Airforce Service Pilots - WASP.  

Jacqueline Cochran serviu como diretora do WASP e sua divisão de treinamento. Nos 16 meses de existência do WASP, mais de 25.000 mulheres se inscreveram para o treinamento, sendo que apenas 1.879 candidatas foram aceitas.

As WASPs eram aceitas desde os 18 anos, se a mulher tivesse licença de piloto e experiência de voo.

De 1943 a 1944, 38 WASP morreram a serviço. Enquanto voava em formação de Long Beach para Love Field em Dallas, o BT-13 de Cornelia Fort mergulhou em uma espiral e, aos 24 anos, Fort se tornou a primeira mulher na história dos Estados Unidos a morrer na ativa.

O programa WASP foi dissolvido em dezembro de 1944, oito meses antes do final da Segunda Guerra Mundial, sendo o único ramo do serviço feminino na Guerra que não recebeu status militar e o único ramo a ser dissolvido antes do fim da guerra. 

Jacqueline Cochran pressionou pela militarização no Congresso durante a guerra, mas apesar do apoio, o projeto foi derrotado. 

De acordo com historiadores, um dos principais motivos para a desativação do programa WASP foi a oposição de um grupo de pilotos do sexo masculino que estava preocupado com a possibilidade das pilotos assumirem seus empregos após o retorno do serviço de combate.

Em 1977, o programa WASP foi tornado público. Vários acidentes, sendo alguns fatais, permaneceram classificados e, mais importante, as WASPs sobreviventes ainda nunca receberam o reconhecimento por seu serviço na Segunda Guerra Mundial.

Mais tarde naquele ano, o então presidente Carter assinou uma legislação que considerava oficialmente o serviço dos WASPs como “serviço ativo” e intitulava as pilotos do programa a benefícios de Assuntos de Veteranos.

Em 1984, após anos de petições, todos os WASPs foram agraciados com a Medalha da Vitória das Forças Armadas dos EUA na Segunda Guerra Mundial. Aqueles que serviram por um ano ou mais receberam a Medalha do Teatro Americano.

Em 2010, quase sete décadas após as mulheres terem servido, os WASPs receberam a Medalha de Ouro do Congresso. Cerca de 200 WASP chegaram ao Capitólio para receber a homenagem.

Alguns feitos das Pilotos da WASF:

-Teresa James voou no 10.000 th da Republic Aviation P-47 Thunderbolt de Long Island para as docas em Newark, em setembro de 1944. O avião foi batizado de “Ten Grand”.

-Barbara Donahue foi a segunda mulher a pilotar o avião de combate da Segunda Guerra Mundial, o P-39 Airacobra.

-Barbara Erikson London e Evelyn Sharp transportaram C-47s e P-51s, dois tipos de aeronaves usadas na invasão do Dia D em 6 de junho de 1944.

-Em junho de 1944, mesmo mês da invasão do Dia D, o voo dos WASPs Dora Dougherty e Dorothea Johnson Moorman testou o bombardeiro Boeing B-29 Superfortress “Ladybird” para o coronel Paul Tibbets. 

-Hazel Ying Lee, foi a primeira mulher sino-americana a voar nas forças armadas dos EUA, serviu na Romulus AAB em Michigan e depois treinou na Pursuit School no Texas. Ela também foi uma das primeiras mulheres a pilotar aviões de combate nas forças armadas dos EUA, como o P-63 Kingcobras. 

- Hazel Ying Lee se tornou a primeira mulher sino-americana a morrer em serviço nos Estados Unidos. Ao pousar o avião em uma base em novembro de 1944, outro avião colidiu com o dela e caiu. 

Curiosidades:

- A WASP foi criada durante a II Guerra em 05 de agosto de 1943.

- A WASP voou um total de  60 milhões de milhas realizando uma variedade de missões. Embora essas mulheres voassem em aeronaves militares, eram consideradas civis e não recebiam benefícios militares.

-Em outubro de 1944, Ann Baumgarter, servindo na WASP como piloto de teste, tornou-se a primeira mulher americana a pilotar um avião a jato quando voou para os céus em um YP-59A Airacomet.

- Em dezembro de 1944, o WASP havia pilotado todos os tipos de aeronaves militares fabricadas para a Segunda Guerra Mundial.

-'Fifinella' de Walt Disney, era a mascote do WASPS. Originalmente desenhada para o livro de fantasia de Roald Dahl sobre vôo de combate, 'The Gremlins', a Disney concedeu o mascote aos WASPs.  LEIA MAIS AQUI

- O objetivo do WAFS era entregar aviões da fábrica às bases militares.

Fontes: airandspace, womenshistory, waspmuseum, army.mil, britannica, military, portcitydaily, megavision

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 Por Juliana Hembecker Hubert