

O Livro dos Mortos - A Múmia
02/07/2019 10:00
Quem é apaixonado pelo Egito com certeza já assistiu a Múmia. Pode ser porque gosta do filme com essa pegada cômica ou por curiosidade. Particularmente, eu amo esse filme, pois ele traz elementos da cultura egípcia.
No primeiro filme ouvimos falar bastante do livro dos Mortos. E ai, será que existe mesmo ou foi uma invenção de Hollywood?
O livro realmente existiu/existe. Sair Para a Luz ou Saída para a Luz não é realmente um livro da forma que imaginamos e vemos hoje. O livro, na verdade, eram escritos, feitiços, fórmulas magicas, orações escritos em pergaminhos e as vezes era escrito direto na tumba. O pergaminho era enrolado e colocado acima da cabeça de quem tinha morrido. Mas, porque esse livro era tão importante? Simples! Os egípcios acreditavam que, não importava o quão rico você era, o que importava mesmo era o que você fazia, suas atitudes e pensamentos, era o que determinaria para onde você iria depois de morto e o livro com os dizeres era uma forma de garantir que a passagem após a morte seria tranquila para o paraíso/além ou para o lugar que eles acreditam que iriam após a morte. Acredita-se que o carma derivou desse conceito que eles tinham, ou seja, fez algo de errado nessa vida não importa você vai voltar para pagar o que fez de errado.
Em sua maioria, os egípcios eram bastante religiosos e acreditavam que os textos e feitiços eram obra do deus Thoth. E, como eram escritos em pergaminhos, eram de acesso a todos, pois a riqueza de nada valeria. Estima-se que o livro seja datado da época do Antigo Egípcio, que vai de 1580 a.C. até 1160 a.C. Por isso, o livro não é um livro com início, meio e fim, ele é uma coletânea de feitiços. Em muros de algumas pirâmides foram gravados feitiços e são conhecidas como textos da Pirâmides. Geralmente eram em tumbas de reis, porque teve um período onde somente os reis tinha acesso a esse livro. Porém, como dito, ele acabou sendo aberto a todos.
Em 1842, o Livro dos Mortos foi traduzido pela primeira vez em língua alemã pelo egiptólogo Kari Richard Lepsius. Ele numerou cada feitiço em capítulos, o que deu 165 capítulos. Hoje, a obra dele é na verdade apenas incrementada por outros autores e, no momento atual, o livro tem 191 capítulos.
Então, digamos que o filme estava meio certo! O livro realmente existe, mas não era um livro de ouro como eles demonstraram e sim era um pedaço de pergaminho enrolado. Outra coisa diferenciada é que no filme, o livro trazia os mortos a vida, enquanto na verdade, o livro era para garantir uma passagem tranquila para o além, evitando cair em armadilhas e tentações.