

Serviços Postais da FEB- As cartas de guerra no front
24/01/2020 10:00
As cartas nos tempos de Guerra eram como um conforto vindo de casa. Poucas coisas importavam mais para aqueles que serviam no exterior do que receber cartas de casa, e por outro lado, as cartas também ajudavam a tranquilizar as famílias dos soldados.
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Ouça uma carta de um pracinha AQUI.
Criado em 29 de abril de 1944, através do Decreto-Lei 6438/1944, o Serviço Postal da FEB encarregou-se de entregar a correspondência escrita pelos pracinhas e seus familiares.
As regras para o funcionamento do Serviço Postal foram aprovadas pela Portaria nº 6413 de 1944.
Para o envio das correspondências, o Minsitro do Estado da Guerra aprovou instruções na colocação do endereço destinadas aos pracinhas, quais sejam:
"INSTRUÇÕES A SEREM OBSERVADAS NA COLOCAÇÃO DO ENDEREÇO NA CORRESPONDÊNCIA DESTINADA A ELEMENTOS DA FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA
I – Tendo em vista dificultar a coleta de informações por parte de agentes de espionagem inimigos e, por outro lado, visando não complicar a “manipulação” da correspondência, fica estabelecido o seguinte sistema de endereço para correspondência destinada à F.E.B.
II – Cada grande Escalão dispõe de uma série privativa de números para designar o Quartel General, Formações, Corpos de Tropa, etc. que os compõe.
Exemplos:
a) A 1ª. D.I.E. dispõe de série 250 (inclusive) a 350 (inclusive).
b) Os elementos não Divisionários que seguem com a 1ª. D.I.E. dispõe da série 400 a 450 (inclusive).
III – Nas condições acima, cada elemento componente da 1ª. D.I.E. recebe um número da série dessa D.I.E. para servir como seu endereço a ser posto na correspondência que lhe for dirigida. Em conseqüência, fica adotada a seguinte distribuição de endereços numéricos:
Quartel General da 1ª. D.I.E - 250
Companhia do Quartel General da 1ª. D.I.E - 251
Pelotão da Polícia Militar - 252
Companhia de Manutenção - 253
Companhia de Intendência - 254
Companhia de Transmissões - 255
Destacamento de Saúde - 256
Banda de Música - 257
1º. Esquadrão de Reconhecimento - 258
9º. Batalhão de Engenharia - 259
1º. Batalhão de Saúde - 260
Estação Postal nº. 1 - 261
Quartel General da Infantaria Divisionária da 1ª. D.I.E. - 262
1º Regimento de Infantaria (Comando e Estado Maior) - 300
I Batalhão do 1º. Regimento de Infantaria - 301
II Batalhão do 1º. Regimento de Infantaria - 302
III Batalhão do 1º. Regimento de Infantaria- 303
Destacamento de Saúde do 1º. Regimento de Infantaria- 304
Companhia do Comando do 1º. Regimento de Infantaria- 304
Companhia de Serviço do 1º. Regimento de Infantaria 304
Companhia de Canhões Anticarros - 304
Companhia de Obuses 105 mm - 304
6º. Regimento de Infantaria (Comando e Estado-Maior) - 306
I Batalhão do 6º. Regimento de Infantaria - 307
II Batalhão do 6º. Regimento de Infantaria - 308
III Batalhão do 6º. Regimento de Infantaria- 309
Destacamento de Saúde do 6º. Regimento de Infantaria - 310
Companhia do Comando do 6º. Regimento de Infantaria - 310
Companhia de Serviço do 6º. Regimento de Infantaria 310
Companhia de Canhões Anticarros - 310
Companhia de Obuses 105 mm - 310
11º. Regimento de Infantaria (Comando e Estado-Maior) 311
I Batalhão do 11º. Regimento de Infantaria 312
II Batalhão do 11º. Regimento de Infantaria 313
III Batalhão do 11º. Regimento de Infantaria 314
Destacamento de Saúde do 11º. Regimento de Infantaria - 315
Companhia do Comando do 11º. Regimento de Infantaria - 315
Companhia de Serviço do 11º. Regimento de Infantaria - 315
Companhia de Canhões Anticarros - 315
Companhia de Obuses 105 mm - 315
Pelotão de Sepultamento 316
Artilharia Divisionária da 1ª. D.I.E.
Quartel General da Artilharia Divisionária da 1ª. D.I.E. 263
Bateria de Comando da Artilharia Divisionária 264
Destacamento de Saúde da Artilharia Divisionária 265
I Grupo do 1º. Regimento de Obuses Auto-Rebocados 266
II Grupo do 1º Regimento de Obuses Auto-Rebocados 267
I Grupo do 2º. Regimento de Obuses Auto-Rebocados 268
I Grupo do 1º. Regimento de Artilharia Pesada Curta 269
Elementos Não Divisionários
Depósito da F.E.B. (Administração) 400
Sub-Grupamento de Infantaria 401
1º. Batalhão - 402
2º. Batalhão -403
3º. Batalhão -404
Sub-Grupamento de Artilharia do Depósito - 405
Grupamento de Cavalaria do Depósito - 406
Grupamento de Engenharia do Depósito - 407
Grupamento de Transmissões do Depósito - 408
Serviço de Saúde do Depósito - 409
Serviço de Intendência - 410
Serviço de Material Bélico - 411
1º. Batalhão de Trabalhadores - 412
Companhia de Depósito de Intendência - 413
1ª. Companhia de Ambulância - 414
Secção de Hospital de Campanha - 415
Hospital Primário nº. 1 - 416
Seção Brasileira para funcionar em Hospital Norte-Americano Secundário - 417
Sub-Seção Brasileira para funcionar em Hosp. Norte-Americano Convalescentes - 418
Sub-Seção Brasileira pra funcionar em Hospital Norte-Americano de Base - 419
Serviço de Fundos – Pagadoria Fixa - 420
Serviço de Intendência – Depósito de Intendência - 421
Correio Regulador - 422
Estação Postal nº. 4 - 423
Posto Regulador de Ultra-Mar - 424
Justiça Militar - 425
IV – As presentes instruções deverão ser difundidas na F.E.B., tornando-se indispensável que cada um dos seus elementos seja conhecedor da parte que lhe interessa; sobretudo, cada oficial ou praça necessitará conhecer o respectivo endereço numérico, para o qual seus parentes, amigos, correspondentes e conhecidos deverão sobrescritar a correspondência que lhes destinarem"
As cartas e encomendas eram transportadas pelo exército norte-americano da Base de Parnamirim (Natal) até Livorno (Itália), onde as correspondências eram distribuídas para várias sub-estações postais.
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No dia 19 de julho de 1944, a bandeira do Brasil foi hasteada pela primeira vez em território italiano, sendo que, quatro dias depois, já foram remetidas as primeiras cartas dos pracinhas brasileiros.
Os soldados da FEB eram incentivados a escreverem para o Brasil, onde o governo também acabava recebendo e divulgando algumas cartas nos jornais e no rádio. Tal incentivo deriva do espírito de combate, onde o soldado sentia estar participando de algo grandioso para seu País, além de manter contato com suas famílias, o que trazia um pouco de conforto para os soldados.
As cartas escritas tinham o nome com o número do pracinha, e o envelope padrão não era necessário selos, pois as cartas eram enviadas de forma gratuita.
O Correio Regulador foi o órgao responsável pelo envio das cartas, e acabou desenvolvendo um tipo de cartão postal, onde já vinha alguma mensagem pronta, onde o pracinha somente colocava seu nome, do destinatário e o endereço. O único problema desse tipo de correspondência, é que em virtude das mensagens serem prontas, era algo impessoal.
O envio das cartas dos pracinhas era feito através do carro-correio, que coletava as cartas e ia para Nápoles, onde as correspondências eram colocadas em um avião para o Brasil. No Brasil, as cartas eram enviadas para dois Postos Coletores: um sediado em Natal e outro no Rio de Janeiro.
Segundo o Exército Brasileiro, os pracinhas escreveram 335.472 e receberam 232.775 cartas.
Leia mais sobre os correios na Primeira Guerra. Clique AQUI
Fonte: pbs, iwm, eb.mil, ufjf, fefibra
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Por Juliana Hembecker Hubert