

Série: Brasil na Guerra - parte 01
21/05/2018 10:00
Hoje começamos uma série referente ao Brasil na Segunda Guerra, abrangendo o por quê, como e quando o nossos soldados foram convocados.
A Segunda Guerra Mundial se iniciou na Europa em 1º de Setembro de 1939. Nessa época, o Brasil passava por um período conturbado. Em sua política, Getúlio Vargas era presidente e, até 1941 se manteve de forma neutra aos acontecimentos na Europa. Se fala muito que ele tinha simpatia pelo sistema fascista, razão pela neutralidade por quase 2 anos de Guerra na Europa. Apesar da sua neutralidade, o Brasil sofreu 35 ataques aos seus navios. E vamos começar a nossa série falando do primeiro deles.
No dia 22 de março de 1941, no Egito, o navio navegava do Chipre para Alexandria com o carregamento de batatas, lã e vinho. O Vapor Taubaté era de propriedade da CIA de Navegação Lloyd Brasileiro. Foi construído em 1905 por Bremer Vulcan, Vegesacker, Bremen e, foi lançado em maio de 1905, tendo seu porto de Registro Rio de Janeiro. Era um cargueiro de 5.099 toneladas com largura de 16.1m, com motor quádrupla expansão com velocidade de 12 nós (22,224 Km/h).
O navio estava sobre o comando do Comandante Mario Fonseca Tinoco. Em que pese não ter nenhum material sobre o comandante Mario, o pouco que foi achado foi que ele era de longa experiência e muito competente. O navio trazia pintado nos dois lados a bandeira brasileira, o que ajudava distinguir, na época de guerra, a qual País ele pertencia, para evitar eventuais ataques por engano. Entretanto, mesmo com as bandeiras pintadas, no dia 22 de março de 1941, um avião da Luftwaffe iniciou um ataque de bombas contra o navio Taubaté, que não foi atingido. Logo após o ataque, o oficial da embarcação determinou que fosse hasteada a bandeira branca no mastro principal. Mesmo após o içamento da bandeira, o avião retornou e iniciou o ataque por metralhadora e, embora não tenha afundado o navio e nem causado grandes danos, o ataque causou a morte do conferente¹ José Francisco Fraga, morto no passadiço², vitima de uma rajada de tiro. Além dele, mais 13 tripulantes ficaram feridos.
Conferente¹ - É um profissional Marítimo de função administrativa que tem como função fazer a contagem e a identificação de mercadoria a bordo do navio, bem como são responsáveis pela entrega das mercadorias nas instalações portuárias.
Passadiço ² - É o local do navio onde fica os Oficiais de Náutica que manobram a embarcação sob o comando do Capitão.
A posição do navio no momento do ataque era de 32 graus, 43 minutos ao norte e 30 graus, 51 minutos a oeste.
Não é possível saber qual aeronave exatamente efetuou o ataque. Contudo, acredita-se que possa ter sido um Heinkel 111 KG26, baseada em Rhodes, que faz parte das ilhas gregas.
Assim que desembarcaram em Alexandria, foram convocados a se apresentarem na embaixada Brasileira para relatarem ocorrido. Além do Capitão, os oficias também foram ouvidos e todos relataram terem visto a insignia Força Aérea Alemã na aeronave que efetuou o disparo.
O governo Brasileiro protestou e exigiu explicação ao Governo alemão por meio da sua embaixada no Rio de Janeiro. A resposta dada foi nenhuma, nem que sim e nem que não, nada foi dito.
Um fato curioso foi de que este navio era alemão e tinha o nome de Franken e foi da Alemanha até 1917. Entretanto, ele foi confiscado pelo governo Brasileiro durante a Primeira Guerra Mundial e renomeado para Taubaté em 1925 e o Governo vendeu ao Llyd Brasileiro, uma empresa privada. O navio ainda operou até 1954, quando quebrou suas amarras encalhou em Recife.
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Por Murilo Hubert Schenfeld